A Fitch Ratings rebaixou os ratings de default do emissor (IDRs) em moeda estrangeira e local de longo prazo da Azul Linhas Aéreas, de ‘B-‘ para ‘CCC’. Esse rebaixamento ocorreu logo após a Moody’s também cortar a nota de crédito da empresa, o que evidencia os desafios financeiros enfrentados pela Azul.
A Fitch também reduziu a classificação da Azul na escala nacional, de ‘BB(bra)’ para ‘CCC(bra)’. A agência destacou que a empresa enfrenta riscos altos de refinanciamento e um fluxo de caixa enfraquecido, devido principalmente à desvalorização do real. A Azul Secured Finance LLP teve suas notas seniores garantidas rebaixadas de ‘B-‘/’RR4’ para ‘CCC’/’RR4’. Já as notas não garantidas da Azul Investments LLP caíram de ‘CCC+’/’RR5’ para ‘CC’/’RR6’.
Segundo o relatório, a Azul tem dificuldade em garantir o financiamento necessário para melhorar sua estrutura de capital. A Fitch destacou que “a resolução do problema está sendo mais demorada e menos favorável, o que agrava a estrutura de capital insustentável da empresa”, disse no relatório. Esses fatores colocam o risco de crédito da Azul em linha com a classificação ‘CCC’.
O rebaixamento da Moody’s
A Moody’s rebaixou o rating corporativo da Azul de ‘CAA1’ para ‘CAA2’, refletindo os fracos resultados em 2024. A dívida sênior garantida da empresa foi reduzida de B3 para CAA1, enquanto as dívidas da Azul Secured Finance LLP foram rebaixadas para ‘CAA2’. O relatório aponta que a empresa consumiu R$ 1,2 bilhão em caixa no primeiro semestre, apesar de ter gerado EBIT no mesmo valor.
A Moody’s também destacou a queda da posição de caixa da Azul, de R$ 1,9 bilhão em dezembro de 2023 para R$ 1,4 bilhão em junho de 2024, com R$ 5,9 bilhões em obrigações de curto prazo. A empresa precisará buscar mais financiamento para cobrir suas necessidades de caixa. O rating CAA2 reflete a exposição da Azul à volatilidade do setor aéreo e aos riscos macroeconômicos, além de sua alta alavancagem e baixa cobertura de juros. Esses fatores dificultam a geração de fluxo de caixa livre.