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Moody’s melhora perspectiva da nota de crédito do Brasil: oportunidade ou desafio?

A recente mudança na nota de crédito do Brasil pela Moody's, de "estável" para "positiva", gera um debate sobre as oportunidades e desafios do país. Especialistas, como Thiago Zanetoni, alertam que essa alteração pode atrair capital estrangeiro, mas a situação fiscal e a política econômica ainda causam apreensão. Fatores externos, como as taxas de juros dos EUA e tensões geopolíticas, também influenciam o mercado brasileiro.
Thiago Zanetoni, da WIT Invest, fala sobre a alteração da nota de crédito do Brasil.
Thiago Zanetoni, da WIT Invest.

A agência de classificação de risco Moody’s alterou a nota de crédito do Brasil de “estável” para “positiva”, despertando o interesse tanto de investidores locais quanto internacionais. Para Thiago Zanetoni, especialista em investimentos da WIT Invest, essa mudança cria uma oportunidade única para atrair mais capital estrangeiro. Mas como essa alteração influencia a confiança dos investidores e o cenário econômico do Brasil? Vamos explorar as expectativas econômicas para os próximos meses com a nova nota de crédito do Brasil.

O que motivou a alteração da Moody’s a elevar nota de crédito do Brasil?

De acordo com Zanetoni, a elevação da perspectiva pela Moody’s aproxima o Brasil do cobiçado grau de investimento, permitindo a entrada de fundos estrangeiros que, até agora, estavam restritos devido ao baixo rating de crédito do Brasil. “Essa mudança tem maior impacto para investidores estrangeiros. Com a obtenção do grau de investimento, o Brasil abre as portas para uma série de fundos internacionais que agora podem investir no país”, explica o especialista.

Contudo, a situação fiscal ainda gera apreensão, especialmente em relação à dívida pública. Zanetoni acrescenta que, apesar de a Moody’s ter uma visão otimista sobre o Brasil conseguir equilibrar essa trajetória, muitos economistas locais permanecem cautelosos quanto à política fiscal.

O impacto dos juros americanos no Brasil

Outro fator que influencia o mercado brasileiro são as taxas de juros dos Estados Unidos. Segundo Zanetoni, a expectativa de novos cortes de juros no país norte-americano pode beneficiar o mercado de ações brasileiro. “Quando os juros americanos caem, o custo de oportunidade para os investidores estrangeiros também diminui, incentivando-os a buscar mercados emergentes, como o Brasil, onde encontram ativos descontados e um cenário econômico mais estável”, afirma.

Zanetoni também ressalta que, caso o Brasil continue melhorando sua classificação de risco, poderá aproveitar ainda mais esses benefícios. “Históricamente, cortes nos juros dos EUA trazem impactos positivos para o Ibovespa. No entanto, o Brasil precisa garantir que o ambiente de investimentos continue atraente”, alerta.

O cenário político e a confiança dos investidores

No plano doméstico, a falta de compromisso do governo em controlar as despesas públicas pode afetar a confiança dos investidores. “O governo vem adotando medidas que elevam os gastos, como novos programas sociais sem o contingenciamento de recursos. Isso aumenta o risco-país e, consequentemente, os prêmios de risco exigidos pelos investidores”, explica Zanetoni.

Geopolítica e seu impacto no mercado financeiro global

Conflitos geopolíticos, como as tensões no Oriente Médio, também afetam o mercado financeiro. Zanetoni observa que o setor de petróleo é um dos mais sensíveis a esses eventos. “Se o conflito escalar, especialmente com o envolvimento de potências como os EUA e o Irã, é provável que vejamos um aumento acentuado no preço do petróleo, impactando diretamente empresas do setor”, destaca.

Ajustes nas carteiras de investimentos

Com as mudanças nas taxas de juros Selic e a valorização do real frente ao dólar, Zanetoni recomenda ajustes nas carteiras de investimentos. “O diferencial de juros no Brasil, um dos mais altos do mundo, atrai investimentos estrangeiros diretos e valoriza a moeda local. Isso impacta positivamente o controle da inflação e os juros de longo prazo, beneficiando a Bolsa de Valores”, afirma.

Perspectivas para as commodities com a nova nota de crédito do Brasil

Em relação às commodities, Zanetoni destaca que os incentivos econômicos na China podem impulsionar a demanda por matérias-primas. “A China vem liberando mais recursos para investimentos em infraestrutura, o que pode aumentar a demanda por commodities como petróleo e soja”, explica. Entretanto, ele também observa que as queimadas no Brasil não afetaram altamente as commodities agrícolas, como a soja, que está mais atrelada a fatores globais.

Cenário global favorável e o Rating de Crédito do Brasil

A melhora da nota de crédito do Brasil pela Moody’s representa um avanço importante, mas o país ainda enfrenta desafios internos e externos. O cenário fiscal, a política econômica e os acontecimentos geopolíticos serão fundamentais para determinar a confiança dos investidores nos próximos meses. Para Zanetoni, o Brasil tem potencial para aproveitar um cenário global favorável, mas precisa garantir que suas políticas internas não comprometam essa oportunidade.

A nota de crédito do Brasil foi uma boa notícia para o mercado de ações, em primeiro lugar.

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