Você já leu os termos de uso do ChatGPT, uma das ferramentas mais populares de inteligência artificial? Provavelmente não. De acordo com um levantamento da Deloitte, 91% dos usuários concordam com os termos de uso sem sequer lerem o conteúdo. Na faixa etária entre 18 e 34 anos, esse número salta para 97%.
A OpenAI, dona do ChatGPT, permite que seus usuários compartilhem dados durante as interações, mas ressalva que esses dados podem ser usados para melhorar seus sistemas de inteligência artificial. No entanto, se o usuário preferir, há como optar pela não participação nesse processo de treinamento. E
ChatGPT e a coleta de dados
Os termos de uso do ChatGPT deixam claro que a OpenAI coleta dados pessoais quando o usuário interage com a plataforma, seja ao compartilhar informações pessoais ou feedbacks. De acordo com Lucas Maldonado D. Latini, advogado especialista em direito digital pela FGV, essa coleta é ampla e abrange dados gerados durante as interações. Isso inclui informações fornecidas voluntariamente, bem como dados gerados automaticamente, como os de redes sociais, quando o usuário interage com páginas da OpenAI.
A coleta de dados visa melhorar os serviços da OpenAI. Os termos ressaltam que o conteúdo fornecido pelos usuários ajuda a aperfeiçoar os modelos de IA, tornando-os mais precisos. Embora a OpenAI garanta que não usa os dados para criar perfis publicitários, os usuários podem escolher não participar desse processo de treinamento.
Como desativar o uso dos dados para treinamento
A OpenAI dá aos usuários a opção de impedir o uso de seus dados para treinar os modelos de IA, como o ChatGPT. Os usuários podem encontrar a opção no portal de privacidade da empresa, onde podem desativar o uso de novos conteúdos para treinamento. Isso pode ser feito tanto para conversas futuras quanto para outros dados fornecidos à plataforma.
A importância de avaliar as respostas do ChatGPT
Outro ponto importante destacado nos termos de uso é a possibilidade de que as respostas geradas pelo ChatGPT não sejam totalmente precisas. A OpenAI admite que o conteúdo gerado pode conter erros, já que a IA utiliza um modelo probabilístico para processar informações. Por isso, é recomendável que os usuários avaliem as respostas e as verifiquem antes de utilizá-las como base para decisões importantes.
Proteção de dados pessoais e privacidade
A OpenAI também estabelece políticas para garantir que os usuários possam exercer seus direitos de privacidade, como solicitar a exclusão ou correção de dados. Mariana Peccicacco, advogada especialista em direito digital, observa que, embora a política de privacidade do ChatGPT seja genérica, a empresa oferece mecanismos para que os usuários controlem seus dados.
Contudo, Mariana ressalta que, apesar de o ChatGPT coletar relativamente poucos dados pessoais, a falta de clareza nos termos de uso pode gerar incertezas quanto ao tratamento dessas informações. Ela também destaca que, com o Brasil sendo o quarto maior mercado do ChatGPT, a empresa deveria adaptar suas políticas para atender às exigências da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).