Nesta quinta-feira (03/10), uma notícia gerou preocupação, mas também alívio. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, revelou estimativas segundo as quais a dívida pública do país, até o ano de 2028, deve alcançar de 81% a 82% do PIB (Produto Interno Bruto, que representa a soma de bens e serviços produzidos no Brasil).
Em agosto, o total da dívida pública representava 78,6% do PIB, maior valor desde 2021. Portanto, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) trabalha com elevação do endividamento, o que sugere mais déficits primários até lá.
Boa notícia para a dívida pública
Se a dívida pública terá crescimento recorrente até 2028, a partir deste ano ela deve se estabilizar, explicou Rogério Ceron. Além disso, ele argumenta que o aumento da Taxa Selic impactou na projeção da proporção dívida/PIB. Antes, estimava-se um pouco abaixo de 80%, mas não os 82% que revelou.
Pacto para grau de investimento
Ceron abordou também a necessidade de um pacto na sociedade para o Brasil atingir uma nota de crédito mais alta na Moody´s. Isso tornaria o país um lugar atrativo para investimentos, que, por sua vez, fortaleceria um crescimento sustentável e ajudaria na estabilização da dívida pública.
“Idealmente, é importante que a gente adote medidas para que a gente possa ter essa mesma consolidação fiscal num patamar ligeiramente inferior a 80%. Seria um grande resultado. Estabilizar é o grande objetivo da política fiscal (…) Quanto mais próximo ou inferior a 80%, melhor. Agora é o momento de uma reflexão da sociedade do que falta fazer para a gente dar esse meio passo pro país recuperar o grau de investimento. Agora é tratar tudo como uma oportunidade e não como desafio”, defendeu o secretário ao discorrer sobre a dívida pública.
Diferença entre déficit e dívida pública
Para este ano de 2024, a previsão de déficit público é de cerca de R$ 28 bilhões. Esse valor, todavia, representa a diferença entre o que gastou e o que arrecadou durante um ano. Já o conceito de dívida pública se refere ao acumulado. Dessa forma, quando mais déficits o governo tiver, maior será a dívida geral do país.
Essa situação coloca o país em risco, pois cria-se o temor de que, caso a dívida pública continue a crescer, o estado brasileiro perca o controle e não consiga mais pagar os credor.