Washington Olivetto, referência na publicidade mundial, faleceu neste domingo (13), aos 73 anos. Ele estava internado no Rio de Janeiro, mas a causa da morte não foi revelada. O publicitário deixa um legado duradouro, responsável por algumas das campanhas mais marcantes da publicidade brasileira e global.
A criatividade e reconhecimento de Washington Olivetto ao longo da carreira
Ao longo de sua trajetória, Washington Olivetto acumulou mais de 50 Leões no Festival de Publicidade de Cannes e se destacou como o publicitário mais premiado no Profissionais do Ano, da Rede Globo, por três décadas consecutivas. Entre seus trabalhos mais célebres estão os comerciais da Bombril, estrelados por Carlos Moreno, que se tornou ícone como o “Garoto Bombril”.
Entre outros destaques, ele criou campanhas memoráveis como “Primeiro Sutiã”, para a Valisère, e “Hitler”, para a Folha de S. Paulo. Essas criações inovadoras consolidaram sua reputação e lhe renderam prêmios internacionais. Ele foi eleito duas vezes o publicitário do século pela Associação Latino-Americana de Publicidade (ALAP) e foi o primeiro não anglo-saxão a integrar o Creative Hall of Fame, do The One Club.
Uma trajetória marcada pela inovação
Nascido em São Paulo, em 29 de setembro de 1951, Washington Olivetto iniciou sua carreira publicitária aos 18 anos, sem concluir o curso na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Seu primeiro grande prêmio foi o Leão de Bronze em Cannes, em 1973, com o comercial “O Pingo”, da Deca.
Em 1986, assumiu a agência GGK, que, sob sua liderança, evoluiu para a W/Brasil. A agência conquistou reconhecimento internacional, abrindo escritórios nos Estados Unidos, Portugal e Espanha, e acumulou prêmios no setor. Em 2010, a W/ uniu-se à McCann, formando a W/McCann, onde Washington Olivetto atuou como chairman até 2018.
A era da Bombril e campanhas inesquecíveis
Os comerciais da Bombril, iniciados em 1978, são um marco na publicidade brasileira. A campanha se destacou pelo humor e por retratar personagens variados, como intelectuais e sambistas, promovendo produtos como o pinho Bril e o amaciante Mon Bijou.
Washington Olivetto também inseriu referências culturais e musicais em suas criações. Jorge Ben Jor celebrou sua criatividade na música “Engenho de Dentro”, mencionando: “A cabeça do Olivetto é igual a uma cabeça de negro / Muito QI e TNT do lado esquerdo”. Outro exemplo de sua influência foi a música “Alô, Alô! W/Brasil”, uma homenagem à agência que ele fundou.
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Comerciais eternizados no imaginário
Dois comerciais dele figuram na lista dos 100 maiores da história. O primeiro, “Primeiro Sutiã” (1987), narra a trajetória de uma jovem ganhando confiança ao receber seu primeiro sutiã. O segundo, “Hitler” (1989), causou impacto ao demonstrar como é possível manipular verdades para enganar, uma crítica provocativa que ressoou no mercado publicitário.
Legado que ultrapassa gerações
Em 2020, Washington Olivetto inovou mais uma vez ao lançar o WCast, seu podcast, onde discutia histórias e tendências do mercado. Mesmo após deixar a liderança de grandes agências, manteve sua relevância e influência na publicidade global.
Assista o “Primeiro Sutiã“.