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Buffett reduz participação na Apple e acumula caixa na Berkshire; mercado especula

Warren Buffett reduz ações da Apple, aumenta o caixa da Berkshire e gera especulações sobre a sucessão e o futuro da empresa.
Loja da Apple na China mostra como a empresa está em constante crescimento. Buffett, bilionário dos EUS, no entanto, retirou parte de seus investimentos da empresa.
(Imagem: Divulgação / Apple BR)

Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway, fez um movimento que gerou especulações no mercado ao reduzir sua participação na Apple, uma de suas mais lucrativas apostas. Conhecido como o “Oráculo de Omaha”, Buffett chegou a deter uma fatia que somava cerca de US$ 178 bilhões na gigante de tecnologia. No entanto, ao vender parte das ações, ele elevou o caixa da Berkshire para o patamar recorde de US$ 325 bilhões no terceiro trimestre de 2024, representando 28% dos ativos da empresa. A decisão de acumular essa quantia expressiva de caixa levantou dúvidas entre analistas e investidores sobre suas motivações.

Cenário de mercado e a estratégia de Buffett

Para alguns especialistas, Buffett está ajustando sua carteira em resposta ao atual índice preço-lucro da Apple, que reflete as expectativas de crescimento da empresa. Recentemente, a Apple advertiu que o lucro futuro de alguns de seus produtos pode ser menor do que o do iPhone, uma vez que a companhia destina investimentos a novas tecnologias, como inteligência artificial, para competir com gigantes como o Google. Esse contexto de incertezas pode ter levado Buffett a reconsiderar o peso da Apple em seu portfólio, conforme analisam os especialistas.

Outros analistas acreditam que Buffett esteja seguindo os ensinamentos de seu mentor, Benjamin Graham, que recomendava cautela em momentos de alta valorização de mercado. Greggory Warren, analista da Morningstar, levanta a questão: “Por que tanto caixa está sendo acumulado?” A resposta, para muitos, pode estar na filosofia de investimento de Buffett, que prioriza segurança e liquidez em tempos incertos.

Preparação para sucessão ou proteção contra crise?

Outra possibilidade discutida é que a venda das ações e o aumento do caixa possam estar relacionados à sucessão de Buffett na Berkshire. Jeff Muscatello, analista da Douglass Winthrop, destacou que este pode ser o momento oportuno para uma transição na liderança. “A iminente transição na gestão torna este um momento oportuno para preparar o terreno para a próxima geração”, afirmou Muscatello. Assim, o caixa elevado daria maior liberdade para os novos executivos da Berkshire administrarem futuros investimentos ou suportarem eventuais crises financeiras.

Essa postura conservadora de Buffett é similar à adotada pela Berkshire durante a crise de 2008, quando a empresa também acumulou reservas significativas para se proteger e aproveitar futuras oportunidades de investimento. O objetivo de manter liquidez é essencial para sustentar o portfólio de investimentos, especialmente em um momento de aumento de volatilidade nos mercados.

Investimento na Apple e postura cautelosa

A trajetória da Berkshire com a Apple começou em 2016, quando Ted Weschler, vice de Buffett, o incentivou a apostar em empresas de tecnologia. Desde então, a Berkshire acumulou uma posição robusta, com a Apple se destacando como uma das participações mais rentáveis. No entanto, a decisão de limitar as aquisições de ações e a venda de parte significativa da carteira indicam uma abordagem mais cautelosa.

Durante o terceiro trimestre de 2024, a Berkshire comprou apenas US$ 5,8 bilhões em ações, em comparação aos US$ 133,2 bilhões vendidos. Esse movimento reduziu a exposição ao mercado de ações e trouxe uma flexibilidade estratégica que pode ser vantajosa em um cenário de incertezas econômicas. Greggory Warren reforça essa visão ao observar que, até o momento, não há sinais de que a Berkshire esteja comprometida com grandes financiamentos, como o realizado pela Intel para expandir suas operações.

O mercado observa os próximos passos de Buffett

Com o acúmulo de caixa e a redução na exposição a ações, o mercado acompanha atentamente as ações de Buffett, enquanto aguarda o próximo relatório anual da Berkshire, previsto para fevereiro de 2025. As decisões do “Oráculo de Omaha” podem revelar mais sobre o que ele vislumbra para o futuro da empresa, seja uma abordagem conservadora para proteger o portfólio ou um caminho pavimentado para uma transição na liderança da Berkshire.

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