A Marisa (AMAR3) divulgou o balanço financeiro do terceiro trimestre de 2024, na noite da última terça-feira (12). A empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 71,2 milhões, uma redução em comparação aos R$ 196,4 milhões reportados no mesmo período do ano anterior. Esse avanço resulta de um crescimento nas vendas, decorrente de seu reposicionamento estratégico e da recomposição de estoques.
A receita líquida da empresa avançou 54,8%, alcançando R$ 349,8 milhões, enquanto o volume de peças vendidas subiu 63%, somando 10,462 milhões de unidades. Nas lojas físicas, a receita bruta aumentou 42,8%, e a margem bruta passou de 42,2% para 46,5%, segundo o balanço financeiro da Marisa. Esses resultados refletem a estratégia de reposicionar a Marisa para atrair o público feminino da classe C, com uma redução de 16% no preço médio das peças, gerando maior acessibilidade.
Balanço financeiro da Marisa: recuperação no terceiro trimestre
O terceiro trimestre sinaliza uma retomada para Marisa, que vinha enfrentando quedas consecutivas nos períodos anteriores. Para Edson Garcia, CEO da companhia desde março, esses números mostram uma estratégia comercial mais eficaz e uma gestão financeira aprimorada. Ele destaca que as expectativas para o quarto trimestre são positivas, impulsionadas pelas vendas de fim de ano, especialmente na Black Friday e no Natal.
“Conseguimos ajustar nosso planejamento e preparar os estoques para o período de alta demanda”, comenta Edson Garcia. Segundo ele, outubro já apresentou uma recuperação, especialmente no Dia das Crianças.
Nos últimos meses, a Marisa atualizou um novo modelo de previsão de demanda e abastecimento. Essa mudança permitiu a criação de coleções mais homologadas ao perfil de consumo do público, o que favoreceu o crescimento nas vendas e a fidelização de clientes.
Expansão de público e diversificação de produtos
Apesar do forte posicionamento como marca feminina, Edson Garcia acredita que há oportunidades para explorar segmentos como o masculino e o infantil.
“A mulher é nossa protagonista, mas a Marisa é uma marca para a família. Temos grande potencial em linhas como infantil, masculina e acessórios”, afirma o CEO.
O estoque da empresa aumentou para 17,5 milhões de peças, em comparação aos 7,9 milhões do ano anterior, refletindo uma estratégia de recomposição planejada. Esse movimento foi facilitado por um transporte de R$ 623 milhões em aumento de capital, com emissão de ações, o que permite maior variedade de produtos e uma rotação mais eficiente.
Desempenho operacional e eficiência de custos
Segundo o balanço financeiro, o EBITDA da Marisa atingiu R$ 35,1 milhões. A empresa reverteu o saldo negativo de R$ 55,9 milhões do terceiro trimestre de 2023. A margem EBITDA foi de 10%, uma melhoria em relação aos -24,7% do ano passado. Além disso, as despesas gerais e administrativas (SG&A) caíram 15,6%, representando agora 36,5% da receita total.
De acordo com o CEO, as renegociações de contratos foram fundamentais para melhorar a eficiência do SG&A. Ele também destacou a atualização na comunicação das lojas, que apresentou uma abordagem mais direcionada em termos de preços e promoções. A base de cartões Marisa, que contribui para aumentar a frequência de compra e o ticket médio dos clientes, também cresceu. Ao final do trimestre, a Marisa contava com 823,4 mil cartões ativos, em relação 614,7 mil no segundo trimestre.
Balanço financeiro da Marisa: crescimento digital e foco futuro
Embora a expansão digital seja uma meta, a Marisa continuará priorizando as lojas físicas. Com 235 unidades, a empresa prevê um crescimento gradual a partir de 2026, após uma consolidação esperada em 2025.
Com as configurações que busca consolidar um modelo de negócios mais sustentável, a Marisa se prepara para crescer em um cenário de varejo cada vez mais competitivo, centrando-se na eficiência e proximidade com seu público-alvo.