A Spirit Airlines, companhia aérea de baixo custo dos Estados Unidos, fundada na década de 80, anunciou nesta segunda-feira (18) que entrou com pedido de recuperação judicial. A decisão veio após enfrentar uma série de prejuízos trimestrais, tentativas malsucedidas de fusões e dívidas próximas do vencimento.
Conhecida por seus aviões amarelos, a empresa registrou fortes perdas, mesmo diante da alta. Custos operacionais elevados e desafios estratégicos, como o fracasso da fusão com a JetBlue Airways em janeiro, agravaram a crise. Além disso, problemas nos motores Pratt & Whitney Geared Turbofan (GTF) deixaram várias aeronaves fora de operação, contribuindo para o cenário de instabilidade.
Recuperação judicial: as dívidas e plano de reestruturação da Spirit Airlines
No processo judicial, a Spirit Airlines declarou possuir ativos e passivos avaliados entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões. Para lidar com a crise, a companhia firmou acordos com credores — conhecidos como “bondholders” — com o objetivo de reduzir dívidas e garantir maior flexibilidade financeira.
O plano de recuperação prevê um aporte de US$ 350 milhões dos bondholders, além de um financiamento de US$ 300 milhões na modalidade “debtor-in-possession” (DIP). Esses recursos, aliados ao caixa disponível, devem sustentar as operações Spirit Airlines durante o processo de recuperação judicial, chamado de “Chapter 11” nos Estados Unidos.
Operações mantidas e perspectivas
Apesar da situação financeira delicada, a companhia assegurou que continuará operando normalmente. Voos seguem disponíveis para reserva, e não há interrupções previstas nas operações durante a reestruturação. A Spirit Airline acredita sair da recuperação judicial no primeiro trimestre de 2025, mas já planeja a exclusão de suas ações da Bolsa de Valores de Nova York.
As ações da Spirit Airlines, que foram suspensas nesta segunda-feira, acumulam queda de mais de 90% no ano.









