As bolsas da Europa encerraram o pregão de hoje queda, pressionadas pelas tensões geopolíticas e pela escalada do conflito entre Ucrânia e Rússia. Esse cenário, que já havia impactado os mercados no dia anterior, segue gerando cautela entre os investidores.
Além disso, o índice de preços ao consumidor (IPC) do Reino Unido revelou um avanço da inflação, colocando em dúvida uma possível flexibilização monetária por parte do Banco da Inglaterra (BoE). Esses fatores, aliados à expectativa pelo balanço da Nvidia, divulgados após o fechamento nos Estados Unidos, moldaram o clima dos mercados.
O índice pan-europeu Stoxx 600 registrou queda de 0,02%, fechando a 500,51 pontos.
Riscos geopolíticos relevantes para o desempenho dos mercados
As perguntas geopolíticas apoiadas no radar, com declarações de Vladimir Putin sobre um possível cessar-fogo na Ucrânia, mas com condições rigorosas. Fontes informaram à Reuters que o Kremlin não fará concessões territoriais e exige que Kiev renuncie às ambições de integrar a Otan.
Analistas da Moody’s destacam que, apesar dos conflitos, o setor de defesa na Europa apresenta perspectivas positivas a médio prazo. As empresas dos segmentos devem se beneficiar de uma demanda consistente, com carteiras de pedidos sólidos que cobrem de dois a cinco anos de receitas. No entanto, os desafios como interrupções na cadeia de abastecimento podem limitar o crescimento esperado para 2025.
Já no setor farmacêutico, a procura por medicamentos para perda de peso e diabetes, bem como o avanço nos tratamentos oncológicos, continua impulsionando o desempenho das ações do setor, segundo analistas.
Inflação no Reino Unido surpreende e impacta política monetária
No Reino Unido, o CPI subiu 2,3% em outubro na previsão anual, superando a previsão de 2,2% feita por analistas da FactSet. A inflação de serviços também avançou, passando de 4,9% para 5,0%, contrariando as expectativas de estabilidade.
De acordo com o Bank of America, a inflação acima do esperado, aliada à flexibilização fiscal prevista para o próximo ano, reforça uma postura mais cautelosa do BoE. A projeção é de que o próximo corte na taxa de juros ocorrerá apenas em fevereiro, enquanto em dezembro deverá prevalecer a manutenção das taxas.
Veja o fechamento das bolsas da Europa
A queda nos mercados europeus mostra um clima de incertezas. Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,17%. O DAX, de Frankfurt, reduziu 0,31%, enquanto o CAC 40, de Paris, perdeu 0,43%. O FTSE MIB, de Milão, teve queda de 0,29%, e o Ibex 35, de Madri, fechou com queda de 0,05%. Já em Lisboa, o PSI 20 fechou com recuo de 0,10%.