O JPMorgan revisou suas recomendações para bancos brasileiros após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2024 (3T24). O banco rebaixou a recomendação do Bradesco (BBDC4) de overweight (compra) para neutro, enquanto elevou o Santander Brasil (SANB11) de neutro para overweight
De acordo com os analistas, o Bradesco mostrou avanços, mas em ritmo mais lento que o esperado, o que levanta preocupações sobre 2025. Entre os fatores referenciais estão investimentos ainda pendentes, possível atraso na melhoria da relação custo/receita até 2026 e impacto de uma taxa Selic alta, que limita a receita de mercado. Além disso, a recuperação na qualidade dos ativos pode ter atingido seu limite.
Apesar da projeção de crescimento de 21% nos lucros em 2025, com um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) estimado entre 13,8% e 14,6% em 2025-2026, o aumento do custo de capital no Brasil para 15% pressiona a competitividade do banco.
JPMorgan: Santander Brasil apresenta melhor relação risco-recompensa
Por outro lado, o Santander Brasil se destacou pela recuperação de seu ROE, que subiu de 11% para 17% em 2024, mesmo enfrentando condições adversárias semelhantes às do Bradesco. O JPMorgan acredita que a gestão do Santander está comprometida em elevar o ROE para 20%, enquanto implementa uma estratégia voltada para pequenas e médias empresas e o varejo de massa.
O foco na lucratividade, em detrimento dos ganhos de participação de mercado, e melhorias na alocação de ativos também foram relatados como diferenciais. Com isso, o JPMorgan considera que a recuperação do Santander será mais ágil em comparação ao Bradesco.
Novos preços-alvo para bancos brasileiros
O banco de investimentos também atualizou os preços-alvo de algumas instituições. Para o Bradesco, o preço-alvo caiu de R$ 20 para R$ 16, enquanto o do Santander foi ajustado de R$ 34 para R$ 32. Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) também tiveram seus preços-alvo revisados para R$ 39 e R$ 31, respectivamente, mantendo a recomendação de overweight .
Com essas mudanças, o americano JPMorgan reflete uma visão mais cautelosa sobre o setor bancário, destacando desafios para algumas instituições e oportunidades para outras.