Na terça-feira (26/11), a Polícia Federal iniciou a Operação Sisamnes para investigar um esquema de corrupção, organização criminosa e vazamento de informações sigilosas. O caso envolve desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), além de advogados, empresários e lobistas.
O que a operação investiga?
Conforme publicado pelo portal Metropóles, a operação foca em dois desembargadores: Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho. Eles são suspeitos de vender decisões judiciais e compartilhar informações sigilosas. De acordo com a Polícia Federal, o esquema funcionava assim: advogados e lobistas agiam como intermediários, conectando os magistrados a empresários que pagavam para garantir sentenças favoráveis.
O nome da operação é uma referência ao juiz Sisamnes, conhecido na história por aceitar subornos em troca de decisões injustas. A comparação reforça a gravidade das acusações.
Medidas tomadas pela polícia
Durante a operação, a polícia cumpriu mandados de prisão, buscas e apreensões em Mato Grosso, Pernambuco e no Distrito Federal. Também foram aplicadas medidas cautelares, como o afastamento dos desembargadores das funções públicas e o bloqueio de bens e valores relacionados ao esquema.
Além disso, o desembargador João Ferreira Filho foi alvo de uma denúncia enviada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A acusação envolve fraudes em processos de espoliação de terras avaliadas em R$ 300 milhões. Segundo o denunciante, decisões judiciais deram validade a documentos falsificados, causando prejuízos fiscais e confiscos de propriedades.
Outras acusações na Operação Sisamnes
As investigações mostram que os magistrados tinham ligações próximas com o advogado Roberto Zampieri, falecido, que atuava como lobista no TJMT. Em troca de presentes caros, os desembargadores teriam favorecido decisões judiciais.
Os desembargadores, afastados de suas funções desde agosto, agora serão monitorados por tornozeleiras eletrônicas, conforme informações do SBT.
A Corregedoria Nacional de Justiça também abriu processos disciplinares contra os magistrados e autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal deles.
Segundo a reportagem, até o momento os desembargadores não se manifestaram sobre o caso.