A Gol Linhas Aéreas (GOLL4), que atravessa recuperação judicial nos Estados Unidos, divulgou nesta semana números preliminares de outubro de 2024, mostrando sinais de melhora operacional. Contudo, o mercado não reagiu bem: às 12h30 (horário de Brasília), as ações da empresa caiam 7,64%, cotadas a R$ 1,45. O desempenho ocorre em um momento de alta histórica do dólar, que chegou a R$ 6, afetando diretamente os custos das dívidas da Gol e da Azul (AZUL4), que também enfrentou queda na Bolsa.
Melhora operacional e impacto do dólar
Em outubro, a Gol Linhas Aéreas registrou uma margem Ebitda de 25%, superior à margem recorrente de 24% no terceiro trimestre de 2024. A receita unitária (RASK) teve aumento mensal de 0,5%, alcançando R$ 44,30, apoiada por uma melhora de 0,80 ponto percentual na taxa de ocupação. Apesar desses avanços, o prejuízo líquido somou R$ 338 milhões no mês, reflexo principalmente da desvalorização de 6% do real em relação ao dólar, segundo analistas.
Os altos custos em dólar, incluindo dívidas e manutenção de motores, pressionaram as finanças da companhia, cuja dívida líquida subiu 8%, atingindo R$ 29,753 bilhões. A posição de caixa, por sua vez, caiu 5%, para R$ 1,8 bilhão, enquanto os recebíveis aumentaram 2%, mantendo a liquidez estável.
Perspectivas para a alta temporada da Gol Linhas Aéreas
O Bradesco BBI destacou que o setor aéreo brasileiro, incluindo a Gol, entra agora na alta temporada, com expectativa de melhora sequencial nos resultados mensais. Contudo, a recomendação de venda para as ações da companhia foi reiterada, com preço-alvo de R$ 0,90 até o final de 2025. O banco justifica a avaliação pelo potencial de diluição patrimonial no plano de recuperação judicial, somado aos desafios do setor.
Apesar da recuperação operacional em outubro, os desafios cambiais e financeiros continuam pesando sobre as perspectivas de curto e médio prazo da Gol. A empresa segue em busca de estabilidade no processo de reestruturação financeira.