O dólar comercial atingiu uma nova máxima nesta sexta-feira (29), operando a R$ 6,10, diante da desconfiança do mercado em relação ao pacote fiscal do governo. Essa é a maior cotação nominal já registrada no fechamento da história.
A alta da moeda americana mostra a frustração dos investidores com as medidas anunciadas pelo governo, que incluem a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e um pacote de cortes que promete economizar R$ 71, 9 bilhões nas contas públicas em dois anos.
Cotação do dólar comercial
Às 10h10, o dólar comercial registrava alta de 1,85%, cotado a R$ 6,100 na compra e R$ 6,101 na venda. Durante o dia, a moeda alcançou o máximo de R$ 6.107. Já na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,52%, atingindo 6.041 pontos.
Na quinta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 1,30%, cotado a R$ 5,9910, ultrapassando os R$ 6 pela primeira vez. Essa valorização reforça o impacto das recentes decisões econômicas.
Impactos no mercado e no Banco Central
O Banco Central brasileiro anunciou leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional nesta sexta-feira, com vencimento em janeiro de 2025. A medida busca reduzir as oscilações no mercado de câmbio, em meio às pressões causadas pelas incertezas econômicas.
No mercado interno, a curva de juros continua em alta, embora com avanços menos expressivos do que no dia anterior. As taxas de Depósitos Interfinanceiros (DIs) reforçam o pessimismo com o pacote fiscal e suas possíveis implicações para a política monetária, especialmente para as próximas decisões sobre a Selic.
Dólar turismo
- Para os viajantes, o dólar turismo era cotado em R$ 6.042 para compra e R$ 6.222 para venda.
Dólar comercial: internacional e doméstico
O cenário global também influenciou a valorização do dólar. Enquanto as moedas de países emergentes mostraram estabilidade nesta sexta-feira, o real foi na contramão devido ao foco no noticiário interno e às dúvidas sobre as perspectivas econômicas do Brasil.
No exterior, as atenções permanecem externas para o novo governo nos Estados Unidos e os temores de guerras comerciais decorrentes das promessas tarifárias do presidente eleito.
Com um mercado sensível às decisões econômicas, os próximos dias deverão trazer novos ajustes na cotação do dólar e no comportamento dos investidores.
