Nos últimos dias, a polêmica em torno da jornada 6×1 mobilizou debates e protestos em diferentes setores. Os trabalhadores da unidade de Sorocaba da PepsiCo suspenderam a greve iniciada no início da semana e aguardam uma nova proposta que a empresa apresentará na próxima quarta-feira (4).
PepsiCo: greve em Sorocaba e continuidade em Itaquera
O protesto contra as jornadas que determinam seis dias de trabalho seguidos por um ou dois dias de folga reuniu funcionários em Sorocaba e na unidade de Itaquera, em São Paulo. Embora Sorocaba tenha suspendido a greve, os trabalhadores de Itaquera continuaram com a paralisação, que impactou a operação local.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Laticínios e Alimentação de São Paulo e Região (Stilasp), uma proposta de uma jornada alternativa foi apresentada à empresa. Essa modalidade, conhecida como “jornada espanhola”, alterna semanas de 48 horas e 40 horas, permitindo maior flexibilidade.
“Propusemos alternativas viáveis para atender às necessidades dos trabalhadores, mas não houve disposição para diálogo até o momento”, afirmou o sindicato. A audiência marcada para segunda-feira (2), no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), será decisiva para resolver o impasse.
Contexto mais amplo: a PEC da jornada reduzida
Uma discussão sobre jornadas de trabalho extrapola os limites da greve na PepsiCo e ganha força nacional. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), apresentada pela deputada Erika Hilton (PSol-SP), sugere a redução da jornada semanal para 36 horas e a adoção de um regime de quatro dias de trabalho. Atualmente, o tema gera debates entre empresas, sindicatos e especialistas, que analisam os impactos econômicos e sociais de mudanças na legislação trabalhista.
Posição da PepsiCo sobre a greve
Em nota oficial, a PepsiCo declarou que suas práticas estão alinhadas à legislação vigente e reforçam a disposição para dialogar com os trabalhadores.
“A PepsiCo segue rigorosamente as leis brasileiras e se mantém aberta a conversas construtivas com os colaboradores, reafirmando seu compromisso com relações éticas e responsáveis”, informou a empresa.
O sindicato, no entanto, questiona a posição da empresa e considera a sua postura “intransigente” perante as exigências apresentadas.









