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Carlos Tavares deixa Stellantis e mercado reage com quedas

A saída de Carlos Tavares da Stellantis surpreende o mercado, gera instabilidade na empresa e preocupa os investidores diante dos desafios globais.
Imagem de Carlos Tavares da Stellantis
(Imagem: Ecole Polytechnique Université Paris-Saclay/Wikimedia Commons)

A saída inesperada de Carlos Tavares da liderança da Stellantis NV pegou o mercado de surpresa. A fabricante dos veículos Fiat, Jeep e Peugeot enfrenta um período crítico na indústria automobilística. Entre os desafios estão a queda nas vendas nos Estados Unidos e a concorrência com as fabricantes chineses na Europa. Além disso, a Stellantis tenta lidar com a desaceleração na demanda por veículos elétricos.

As ações da Stellantis registraram queda de até 8,9% em Milão nesta segunda-feira (2), uma desvalorização de 46% no ano. O anúncio da renúncia foi feito no domingo, acompanhado da informação de que John Elkann, presidente do conselho, liderou uma comissão interina até que um novo CEO fosse escolhido. A previsão é que isso ocorra até o primeiro semestre de 2025, mas o período de transição já preocupa investidores e o mercado.

Divergências e saída antecipada de Carlos Tavares da Stellantis

A saída de Carlos Tavares aconteceu antes do previsto e mostra divergências com o conselho e acionistas sobre os rumos da companhia. Nomeado CEO após a criação da Stellantis, em 2021, resultado da fusão entre PSA (Peugeot e Citroën) e Fiat Chrysler, ele implementou medidas de corte de custos que geraram resultados no início. Ele também fez acordos com sindicatos, negociações e até executivos.

O impacto foi imediato. Analistas da Jefferies, liderados por Philippe Houchois, destacaram que a saída de Carlos Tavares ocorre num momento em que decisões precisam ser tomadas. A empresa enfrenta uma desaceleração econômica na China, quedas nas vendas na Europa e incertezas no mercado norte-americano, que é um dos mais lucrativos para a Stellantis.

Críticas nos EUA e desafios globais

Nos Estados Unidos, o CEU recebeu críticas de empresas, que alegavam que sua gestão prejudicava marcas emblemáticas como Jeep, Dodge e Chrysler. “Ele não fará falta na América do Norte”, afirmou Erik Gordon, professor da Ross School of Business da Universidade de Michigan disse em entrevista ao Bloomberg. 

Além disso, a Stellantis revisou recentemente sua otimização de lucro e fluxo de caixa para baixo, enquanto tentava conter uma perda de participação de mercado em regiões estratégicas como França e EUA. Mesmo com a substituição do diretor financeiro e de outros executivos, a instabilidade permanece.

“Trocar o CEO e o CFO em tão pouco tempo cria um desafio enorme para os investidores”, disse José Asumendi, analista do JPMorgan.

Estratégias e legado de Carlos Tavares na Stellantis

Carlos Tavares, de 66 anos, destacou-se pela sua habilidade em reverter situações críticas em montadoras. Contudo, seus últimos meses à frente da Stellantis foram marcados por conflitos internos. Suas iniciativas de corte de custos, que inicialmente trouxeram resultados, geraram atritos com sindicatos, que apontaram problemas de qualidade e atrasos no lançamento de novos modelos

Apesar dos problemas, a Stellantis reafirmou suas metas de longo prazo no domingo e destacou avanços na redução de estoques e recuperação do mercado nos EUA. Doug Ostermann, atual CFO, deve liderar esses esforços enquanto a Stellantis busca redefinir sua estratégia.

Preocupações na Europa e desafios futuros

A transição na liderança acontece em um momento de desafios externos importantes. O governo italiano tem preocupações com os níveis de produção da Stellantis no país. Fontes confirmaram que John Elkann informou diretamente a primeira-ministra Giorgia Meloni antes de anunciar a renúncia de Carlos Tavares.

Informações Bloomberg

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