O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou a sexta-feira (06) com queda de 1,50%, aos 125.945,67 pontos, pressionado pelas incertezas envolvendo o pacote fiscal em tramitação no Congresso Nacional. Essa desvalorização mostra o medo ao risco dos investidores, que questionam a viabilidade das propostas apresentadas.
Enquanto isso, o dólar à vista fechou em R$ 6,0708, o maior valor nominal de sua história. A moeda norte-americana subiu 1,02% no dia e acumulou alta de 1,16% na semana.
Cenário doméstico influenciou na queda do Ibovespa
As discussões em torno do Benefício de Prestação Continuada (BPC) causaram receios entre os investidores. A resistência de parlamentares a cortes no programa aumentou incertezas sobre o futuro do pacote fiscal. Essas preocupações ampliaram as expectativas de uma alta mais forte na taxa Selic, hoje em 11,25% ao ano, o que prejudicou a curva de juros e pesou nos mercados.
Entre as ações, CVC (CVCB3) liderou as perdas do Ibovespa, com queda de mais de 11% no pregão. A escalada dos juros futuros e do dólar impactou diretamente o setor de viagens. Banco do Brasil (BBAS3) também registrou baixa após o rebaixamento de sua recomendação por grandes bancos.
Pesos-pesados também pressionam o Ibovespa
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) recuaram mais de 1%, refletindo a instabilidade das commodities. Por outro lado, MRV (MRVE3) destacou-se positivamente, com alta de mais de 10%, impulsionada por mudanças na gestão de sua subsidiária nos Estados Unidos.
Cenário externo: apostas no Fed impulsionam Wall Street
Nos Estados Unidos, os dados de empregos superaram as expectativas. Foram criados 227 mil postos de trabalho em novembro, enquanto a taxa de desemprego subiu para 4,2%. O relatório reforçou as apostas de corte de juros pelo Federal Reserve na próxima reunião, entre 17 e 18 de dezembro.
Os índices de Nova York fecharam mistos: S&P 500 e Nasdaq atingiram máximas históricas, com altas de 0,25% e 0,81%, respectivamente, enquanto o Dow Jones caiu 0,28%.