Naquela que foi a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) sob condução de Roberto Campos Neto (que se despede neste fim de 2024 da presidência do Banco Central), manteve-se a tendência ao longo da gestão. O colegiado decidiu pelo aumento da taxa de juros em 1 ponto.
Qual o valor da Selic após o aumento da taxa de juros?
Nesta quarta-feira (11/12), aconteceu a última reunião do Copom em 2024, encontro em que se decide o valor da Selic (taxa básica de juros da economia brasileira). O comitê fixou um aumento da taxa de juros em 1 ponto percentual. Portanto, a taxa de juros oficial passa a ser de 12,25%.
Com a decisão do comitê a favor do aumento da taxa de juros, essa foi a terceira alta seguida da Selic. Em setembro, houve a primeira alta sob a administração de Lula. Porém, em novembro, voltou a subir. Dessa forma, a decisão atendeu às expectativas do mercado, que previa alta de juros em meio ao impasse do governo para aprovar o pacote fiscal.
Despedida de Campos Neto
A reunião do Copom desta quarta-feira (11) marcou não apenas o aumento da taxa de juros, mas a despedida de Roberto Campos Neto da presidência do Banco Central, cargo que deixará em janeiro. O economista Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aprovado pelo Senado em outubro, assumirá a função no início de 2025.
Quando acontece a próxima reunião do Copom?
Com a saída de Campos Neto, surge a expectativa para saber se a nova gestão seguirá o perfil atual da autoridade monetária. Portanto, a próxima reunião do Copom, que será no dia 28 de janeiro de 2025, definirá se o aumento da taxa de juros terá continuidade.
Qual o impacto do aumento da taxa de juros?
O aumento da taxa de juros vai além do combate a inflação, pois tem efeito no acesso ao crédito. Para Geldo Machado, presidente do Sinfac-CE/PI/MA/RN (Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring), “a decisão do Copom reflete um compromisso firme com o combate à inflação, mas é inegável que essa alta impacta diretamente os custos de crédito para as micro e pequenas empresas, especialmente aquelas que dependem de financiamentos para manter suas operações”.
“Durante a gestão de Roberto Campos Neto, vimos um Banco Central consistente na busca por estabilidade econômica, mas a continuidade dessa estratégia sob a nova gestão será crucial para dar segurança ao setor produtivo”, concluiu.
Pedro Brandão, especialista em finanças e CEO da CredÁGIL, compartilha da mesma visão. “Com mais uma elevação da Selic, o mercado financeiro mantém a percepção de que o Banco Central busca controlar as expectativas inflacionárias em um cenário de incerteza fiscal. Contudo, essa política encarece o crédito, limitando o acesso de muitas famílias e empreendedores.”
“A substituição de Campos Neto por Gabriel Galípolo trará desafios adicionais, especialmente no alinhamento entre o Banco Central e a política econômica do governo. O mercado estará atento à postura do novo presidente em relação à independência da instituição.”