O Banco da Inglaterra decidiu nesta quinta-feira (19) manter a taxa básica de juros em 4,75%. No entanto, a decisão revelou um Comitê de Política Monetária dividido, com três dos nove membros defendendo um corte para 4,5%. A postura mostra o desafio de equilibrar a desaceleração econômica e o controle da inflação.
Banco Central da Inglaterra: a divisão no Comitê
Entre os votos pela redução, estão o do vice-presidente Dave Ramsden e os membros Swati Dhingra e Alan Taylor. Surpreendendo as previsões, que apontavam apenas um voto favorável ao corte, o debate dentro do comitê ganhou divergência estratégica. O presidente do banco, Andrew Bailey, reforçou a importância de agir com prudência.
“Não podemos prever quando ou quanto os juros serão reduzidos no próximo ano, dada a incerteza econômica”, afirmou.
Embora analistas consultados pela Reuters tenham projetado até quatro cortes para 2024, o mercado financeiro ajustou suas expectativas para no máximo dois, após o aumento inesperado dos salários no país.
Inflação persiste, economia recua
A inflação no Reino Unido chegou a 2,6% em novembro, a maior entre os países do G7. Esse índice, acima do esperado, contrasta com a previsão anterior do próprio Banco da Inglaterra. Enquanto isso, o crescimento econômico enfraqueceu: os analistas revisaram a projeção para o último trimestre para zero, e a produção registrou quedas consecutivas em setembro e outubro, algo que não acontecia desde 2020.
Além disso, o orçamento anunciado pela ministra das Finanças, Rachel Reeves, que incluiu um aumento de impostos de 25 bilhões de libras, contribuiu para a queda na confiança empresarial.
Posturas opostas sobre os juros
Os membros do Banco da Inglaterra que apoiaram a manutenção da taxa de juros destacaram a incerteza sobre como os custos mais altos serão absorvidos. Eles questionaram se o impacto se dará por meio de preços mais elevados ao consumidor ou por cortes de empregos. Por outro lado, os defensores dos cortes alertaram que uma política monetária muito rígida pode derrubar a inflação abaixo da meta de 2% e gerar excesso de capacidade ociosa na economia
Informações Reuters