O dólar comercial subiu e encerrou a quinta-feira (26) em alta, apesar de nova intervenção cambial realizada pelo Banco Central do Brasil (BC). A autoridade monetária vendeu US$ 3 bilhões no mercado à vista, mas a medida não impediu o avanço da moeda americana, impulsionado por preocupações sobre as contas públicas do Brasil e o cenário político.
Cotação do dólar hoje
O dólar à vista subiu 0,38%, sendo negociado a R$ 6,178 na compra e R$ 6,179 na venda. No mercado futuro, o dólar para janeiro, contrato mais líquido na B3, foi cotado a R$ 6,1815 ao final do dia.
No segmento de turismo, os valores oscilaram entre R$ 6,228 e R$ 6,408, refletindo as diferenças de custos operacionais e impostos.
Por que o dólar subiu?
Uma combinação de fatores influenciou o aumento da moeda americana. A intervenção do BC, que já acumulou US$ 30,77 bilhões em leilões nas últimas semanas, busca atender à alta demanda de dólares por empresas e fundos no final do ano. No entanto, o fluxo cambial negativo de US$ 18,427 bilhões em dezembro até o dia 20 mostra que a pressão sobre o real persiste.
Paralelamente, o cenário político contribuiu para a instabilidade. A convocação de uma reunião emergencial pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, e a decisão do STF de suspender o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares mantiveram os investidores cautelosos.
Impactos externos e internos
No cenário internacional, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda americana em relação a outras seis principais divisas, teve leve recuo de 0,01%. Já no Brasil, as dúvidas sobre a capacidade do governo de estabilizar as contas públicas aumentaram a incerteza do câmbio.
Além da operação à vista, o BC também realizou a venda de 15 mil contratos de swap cambial para rolagem de vencimentos futuros, uma estratégia complementar para conter a pressão sobre o real.