A EMS, maior farmacêutica do brasileira, recebeu duas licenças da Anvisa para produzir medicações injetáveis voltadas ao tratamento de obesidade e diabetes, conhecidas popularmente de Ozempic. Fabricadas em Hortolândia, no interior de São Paulo, as “canetas” serão as primeiras do tipo desenvolvidas por uma empresa brasileira, marcando a entrada da companhia no mercado global de medicamentos à base de liraglutida.
Segundo Carlos Sanchez, presidente do conselho da EMS, o desenvolvimento foi realizado inteiramente no Brasil, destacando a capacidade tecnológica da empresa.
“É um produto 100% brasileiro, desde a matéria-prima até o produto final, que reforça nossa liderança no mercado e entrega alta qualidade”, afirma.
Os medicamentos, chamados Olire (obesidade) e Lirux (diabetes tipo 2), são peptídeos de alta tecnologia conhecidos como análogos de GLP-1. A previsão é que cheguem às farmácias brasileiras a partir de 2025.
Ozempic brasileira: projeção financeira da EMS
Estudo do Barclays aponta que o mercado de medicamentos para obesidade deve atingir US$ 199 bilhões ao ano nos próximos anos. Já os tratamentos para diabetes tipo 2 movimentaram mais de US$ 6 bilhões globalmente em 2022.
Com esse potencial, a EMS planeja expandir sua atuação no exterior. Carlos Sanchez estima que, até 2032, o grupo poderá faturar US$ 4 bilhões, divididos igualmente entre Brasil e mercado internacional.
As novas medicações representam um marco para a indústria farmacêutica brasileira, colocando o Brasil no competitivo mercado global de medicamentos de alta complexidade.
O potencial bilionário do mercado de medicações
O mercado de medicações injetáveis, as canetas para obesidade e diabetes é tão lucrativo que o faturamento da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, que criou os medicamentos Ozempic e Wegovy, está prestes a ultrapassar todo o orçamento de pesquisa acumulado pela empresa nas últimas três décadas.
Segundo dados da Bloomberg, as vendas combinadas de Ozempic e Wegovy alcançaram quase US$ 50 bilhões até o segundo trimestre deste ano e devem atingir US$ 65 bilhões até o final de 2024.
Além disso, a Novo Nordisk, fabricante desses medicamentos, registrou um lucro líquido de US$ 3,65 bilhões (cerca de R$ 18,9 bilhões) somente no primeiro trimestre de 2024, um crescimento de 30% em relação ao ano anterior. Esse desempenho levou a empresa, na época, a se tornar a mais valiosa da Europa, ultrapassando marcas renomadas do mercado de luxo.
No Brasil, o preço das medicações como Ozempic e Wegovy varia entre R$ 900 e R$ 1.100, destacando o alto custo de tratamentos nesse segmento. Essa realidade reforça o potencial da EMS em competir nesse mercado, oferecendo alternativas de alta tecnologia com produção nacional Ozempic da EMS.








