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Gastos com material escolar atingem orçamento de quase 90% das famílias

Os gastos com materiais escolares atingiram R$ 49,3 bi em 2024, impactando 85% das famílias. Classes B e C lideram despesas; 35% recorrem a parcelamentos. ABFIAE defende subsídios e redução de impostos para enfrentar alta de custos e aliviar orçamentos
Imagem de um comércio de materiais escolares. Gastos com material escolar impactam 85% das famílias
Wilson Dias/Arquivo Agência Brasil

As famílias brasileiras desembolsaram R$ 49,3 bilhões com gastos com material escolar em 2024, um aumento de 43,7% no decorrer dos últimos quatro anos, segundo pesquisa do Instituto Locomotiva e QuestionPro. O levantamento revela que os gastos impactam o orçamento de 85% das famílias com filhos em idade escolar, levando um terço dos compradores a optar por parcelamentos para cobrir as despesas do ano letivo de 2025.

Maiorias das família sofrem impacto dos gastos com material escolar

Foram entrevistadas 1.461 pessoas, entre 2 e 4 de dezembro, em todas as regiões do país. A pesquisa sobre gastos com material escolar constatou que 90% dos pais de estudantes da rede pública e 96% da rede privada planejam comprar materiais escolares. Entre os itens mais adquiridos estão materiais solicitados pelas escolas (87%), uniformes (72%) e livros didáticos (71%).

O estudo indica que os custos aumentaram significativamente nos últimos anos, passando de R$ 34,3 bilhões em 2021 para R$ 49,3 bilhões em 2024. “O peso desse gasto (com material escolar) no orçamento das famílias vem crescendo”, afirma João Paulo Cunha, diretor de Pesquisa do Instituto Locomotiva. Ele ressalta que sentem o impacto tanto as famílias de estudantes de escolas públicas quanto privadas, uma vez que pais de alunos da rede pública frequentemente complementam materiais e uniformes.

As classes B e C lideram os gastos com material escolar, somando 76% do total nacional, com R$ 20,3 bilhões e R$ 17,3 bilhões, respectivamente. O Sudeste concentra 46% das despesas, seguido pelo Nordeste, com 28%. Famílias da classe C são as mais afetadas, com 95% relatando impacto no orçamento. De forma geral, 38% consideram o impacto dps gastos com material escolar muito grande, e 47%, moderado. Apenas 15% não sentem efeitos financeiros.

Cerca de 35% das famílias vão recorrer ao parcelamento , principalmente da classe C (39%), enquanto 65% preferem pagar à vista. Nas classes A e B, essa preferência aumenta para 71%.

Peso dos impostos nos custos dos materiais

A Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) atribui os aumentos de preços à inflação, custos de produção, alta do dólar e fretes marítimos. Para 2025, estima-se um reajuste entre 5% e 9% nos gastos com material escolar. Muitos itens, como mochilas e estojos, chegam via importação, o que eleva os preços ao consumidor final.

“Os itens que compõem a cesta, a lista escolar, vários deles são itens importados. E aí, obviamente, quando você pega um ano que tem uma taxa de dólar mais alta, quando você pega um período como, por exemplo, pós-pandemia, que o frete marítimo internacional explodiu, o mundo se tornou cinco vezes mais caro do que ele custava, tudo isso acaba tendo algum impacto de custo e que vai terminar lá sempre para o consumidor”, explica Sidnei Bergamaschi, presidente da ABFIAE, sobre gastos com material escolar.

Ele também defende programas públicos para subsidiar gastos com material escolar, como os existentes no Distrito Federal e em algumas cidades como São Paulo e Foz do Iguaçu, que fornecem créditos para alunos da rede pública adquirirem materiais. A entidade também pede redução de impostos, que podem representar até 50% do preço dos produtos, para aliviar o peso no bolso das famílias.

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