O Ibovespa iniciou a semana com valorização de 0,41%, atingindo 122.855,15 pontos. A atenção dos investidores esteve voltada para a posse de Donald Trump, que coincidiu com o feriado de Martin Luther King nos Estados Unidos, reduzindo a liquidez nos mercados globais.
O tom do discurso do novo presidente norte-americano trouxe certo alívio, já que não destacou imediatamente as promessas de tarifas de importação que vinham preocupando os mercados. A ausência de medidas protecionistas no pronunciamento contribuiu para a redução dos prêmios na curva de juros brasileira.
O mercado de câmbio também teve movimentação relevante. O dólar caiu 0,39%, encerrando a R$ 6,0421, após o Banco Central injetar US$ 2 bilhões para conter a volatilidade da moeda.
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Expectativas econômicas e cenário político
Os investidores também acompanharam desdobramentos políticos no Brasil. Em reunião ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu metas para 2025, antecipando o tom da corrida eleitoral de 2026. O impacto dessas diretrizes sobre o mercado ainda será avaliado ao longo do ano.
Apesar do foco no cenário doméstico, a política econômica de Donald Trump segue como fator de maior impacto. Durante a campanha, o republicano defendeu a aplicação de tarifas sobre produtos importados, incluindo commodities brasileiras, o que poderia gerar efeitos inflacionários e pressionar a política monetária do país.
Com um discurso mais moderado na posse, o mercado reagiu de forma positiva, o que se refletiu na curva de juros e no desempenho de setores sensíveis ao crédito.
Maiores altas e quedas do dia no Ibovespa
Braskem dispara com novos investimentos
As ações da Braskem (BRKM5) foram o grande destaque positivo do dia no Ibovespa, com valorização superior a 12%. O movimento ocorreu após a empresa anunciar um plano de expansão, com R$ 614 milhões destinados a ampliar a capacidade de produção em três estados brasileiros: Bahia, Rio Grande do Sul e Alagoas.
Empresas do setor cíclico, sensíveis à variação da taxa de juros, também registraram ganhos no pregão, refletindo o alívio na curva de Depósitos Interfinanceiros (DIs).
Raízen e Cosan lideram perdas
Na ponta oposta do Ibovespa, a Raízen (RAIZ4) recuou após divulgar uma prévia operacional abaixo das expectativas e revisar sua projeção para a safra 2024/2025. A controladora Cosan (CSAN3) seguiu o mesmo movimento, fechando o dia como um dos papéis com pior desempenho do índice.
Desempenho de Petrobras e Vale
Entre as companhias de maior peso no índice, a Petrobras (PETR4; PETR3) avançou levemente, contrariando a desvalorização do petróleo no mercado internacional. Já a Vale (VALE3) recuou, mesmo com a alta do minério de ferro na China.









