A Boeing registrou um prejuízo líquido de US$ 3,86 bilhões no quarto trimestre de 2024, um salto em relação à perda de US$ 30 milhões no mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (28) e indicam dificuldades persistentes para a fabricante americana de aeronaves.
Com ajustes, o prejuízo da Boeing por ação foi de US$ 5,90, superando as estimativas dos analistas consultados pela FactSet, que projetavam uma perda menor, de US$ 3,22 por ação. O desempenho abaixo do esperado reflete os impactos operacionais enfrentados pela empresa.
Prejuízo da Boeing: receita em queda e fluxo de caixa pressionado
A receita da Boeing sofreu uma redução de 31% no trimestre, totalizando US$ 15,2 bilhões. O resultado ficou abaixo do consenso de mercado, que previa US$ 15,6 bilhões.
Além disso, o fluxo de caixa livre (FCL) operacional da companhia foi negativo em US$ 3,45 bilhões no final de dezembro, sinalizando um período desafiador para as finanças da empresa. No entanto, a carteira de encomendas acumuladas segue forte, somando US$ 521 bilhões.
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Oscilação no mercado e impacto nas ações
Após a divulgação do balanço, as ações da Boeing apresentaram variações entre pequenas altas e baixas no pré-mercado. Às 9h32 (horário de Brasília), os papéis registravam uma alta de 0,5%, sem indicar uma direção clara para os investidores.
Os desafios financeiros da fabricante vêm crescendo trimestre após trimestre. No terceiro trimestre de 2024, a Boeing já havia reportado um prejuízo líquido de US$ 6,17 bilhões, um aumento de 276% em relação à perda de US$ 1,64 bilhão no mesmo período de 2023.
O prejuízo por ação no terceiro trimestre da Boeing foi de US$ 10,44, acima das expectativas da FactSet, que projetavam US$ 10,35. O número também ultrapassou a própria estimativa da Boeing, que previa US$ 9,97 por ação.
Resumo do cenário da Boeing
A Boeing enfrenta um cenário de crise financeira e operacional, marcado por prejuízos crescentes, queda na receita e dificuldades na produção. No final do ano passado, empresa a demitiu aproximadamente 17 mil funcionários, o que equivale a 10% de sua força de trabalho global.
Além das questões financeiras, a Boeing lida com impactos diretos de greves prolongadas e problemas na cadeia de suprimentos, que prejudicaram a entrega de aeronaves e aumentaram as dificuldades operacionais.