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Governo Federal apoia fusão entre Gol e Azul, mas Cade avalia riscos

O governo vê a fusão entre Gol e Azul como solução para a aviação, mas o Cade analisa possíveis impactos na concorrência e nos preços das passagens.
O governo vê a fusão entre Gol e Azul como solução para a aviação, mas o Cade analisa possíveis impactos na concorrência e nos preços das passagens.
(Imagem: Renato Spilimbergo Carvalho/Aeroprints/Wikimedia Commons)

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que a possível fusão entre Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) pode fortalecer a aviação brasileira, garantindo empregos e ampliando a conectividade aérea no país. Segundo ele, a prioridade do governo é fortalecer o setor e evitar a falência de companhias nacionais.

“A nossa prioridade é fortalecer a aviação no Brasil e proteger empregos. A fusão entre Gol e Azul pode ser um passo positivo nesse sentido”, declarou o ministro.

Nova companhia dominaria mercado nacional

A Azul e a Abra Group, principal acionista da Gol e da colombiana Avianca, já assinaram um memorando de entendimento para estudar a possível fusão. Se o acordo for concluído, a empresa resultante teria controle de cerca de 60% do mercado doméstico, ultrapassando a Latam, que detém aproximadamente 40%.

Essa concentração levanta preocupações sobre concorrência e impacto nas tarifas. O presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, já alertou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) precisará impor medidas para evitar distorções no mercado. O ex-presidente do Cade, Gesner Oliveira, acredita que a redução da concorrência pode prejudicar os consumidores, já que menos competidores podem significar passagens mais caras.

Apesar dessas ressalvas, Silvio Costa Filho defende que a fusão pode garantir maior estabilidade às empresas, evitando uma crise no setor e ajudando a manter empregos.

Companhias aéreas enfrentam dificuldades financeiras

Desde a pandemia da Covid-19, companhias aéreas latino-americanas têm lidado com dificuldades financeiras. A Gol entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos no início de 2023, enquanto a Azul renegociou dívidas com arrendadores para reequilibrar suas finanças.

Diante desse cenário, o ministro descarta a tese de que a fusão levaria a aumentos expressivos no preço das passagens. “Não acredito que essa combinação resulte em tarifas mais altas“, afirmou. No entanto, ele reconhece que o Cade terá que avaliar o impacto da operação para evitar prejuízos aos consumidores. O processo deve ser concluído até 2026.

Cade promete análise rigorosa a fusão da Gol e Azul

O superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto de Souza, garantiu que a fusão será analisada minuciosamente. Em entrevista à CNN Brasil, ele afirmou que o órgão tomará todas as medidas necessárias para manter um ambiente competitivo no setor aéreo.

Na última semana, Silvio Costa Filho se reuniu com representantes das companhias para discutir os impactos da fusão. Segundo ele, os executivos garantiram que pretendem crescer ampliando a capacidade de voos, e não encarecendo tarifas.

Eles indicaram que a estratégia é expandir a oferta de voos e melhorar a conectividade, ao invés de aumentar preços“, explicou o ministro. Ele também afirmou que, se a fusão avançar, pode até haver redução nos preços das passagens devido ao fortalecimento financeiro das companhias.

Vídeo do canal CNN Brasil no YouTube.

Lula acompanha negociações de perto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está monitorando as discussões sobre a fusão e vê o acordo como uma solução para evitar a falência de uma das companhias. De acordo com fontes próximas ao governo, Lula acredita que a aviação nacional precisa de estabilidade para ampliar a oferta de voos e facilitar o acesso dos brasileiros ao transporte aéreo.

Caso a fusão seja aprovada, Gol e Azul devem manter suas marcas separadas, apesar de operarem sob o mesmo grupo econômico.

Especialistas veem fusão da Gol e Azul como viável

De acordo com analistas do JPMorgan, a baixa sobreposição de rotas entre as duas companhias pode favorecer a fusão, mesmo com uma fatia de mercado combinada de 60%. Esse fator pode facilitar a aprovação do Cade, já que, na prática, os voos das duas empresas atendem a diferentes regiões do país.

O presidente da Azul, John Rodgerson, destacou que o objetivo do acordo é ampliar a frota e aumentar a conectividade aérea.

 “A melhor forma de manter os preços competitivos é expandindo a oferta de voos”, disse.

Com o governo demonstrando apoio e o Cade analisando os impactos da operação, o setor aéreo brasileiro segue atento aos desdobramentos da fusão.

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