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Copom decide aumentar a taxa Selic; veja os motivos

Entenda a origem do Banco Central do Brasil, sua evolução e suas principais funções na economia, incluindo o controle da inflação e a emissão da moeda.
(Imagem: divulgação/Agência Brasil)

O Banco Central do Brasil decidiu nesta quarta-feira (30) aumentar a taxa Selic para 13,25% ao ano, em um movimento esperado pelo mercado financeiro. A decisão foi unânime entre os nove diretores do Comitê de Política Monetária (Copom) e ocorre na primeira reunião sob o comando de Gabriel Galípolo, novo presidente do BC indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O objetivo da alta dos juros é conter a inflação, que segue pressionando o custo de vida da população. Com a economia aquecida e fatores externos influenciando os preços, o Banco Central do Brasil já prevê uma nova elevação da taxa Selic na próxima reunião.

O Copom justificou a nova alta afirmando que o cenário econômico ainda exige cautela. Segundo o comunicado divulgado após a reunião, se a inflação continuar acima da meta, um novo aumento na taxa Selic será necessário.

“O Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião”, informou o BC.

Especialistas acreditam que o aperto monetário deve continuar, com projeções apontando que a taxa de juros pode superar 15% ao ano em 2025, atingindo o maior patamar em quase duas décadas.

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Influência do governo e autonomia do Banco Central do Brasil

A reunião desta quarta-feira teve um detalhe importante: foi a primeira em que os diretores indicados por Lula formaram a maioria no Copom. Apesar da autonomia do Banco Central do Brasil que foi aprovada pelo Congresso em 2021, as mudanças na composição do comitê costumam gerar expectativas sobre a condução da política monetária.

Até o fim do ano passado, o então presidente do BC, Roberto Campos Neto, e boa parte da diretoria eram indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Agora, com Gabriel Galípolo à frente da instituição, o mercado observa como as novas decisões serão tomadas.

Juros altos: o impacto no bolso dos brasileiros

A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central do Brasil para controlar a inflação. Quando os juros sobem, o crédito fica mais caro, o consumo diminui e, com isso, a tendência é que os preços desacelerem.

O BC define a taxa com base no sistema de metas de inflação. A partir de 2025, a meta será contínua, com o objetivo de manter a inflação em 3% ao ano, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5%.

No entanto, a inflação no Brasil tem resistido ao aperto monetário. O índice oficial ficou acima da meta em 2023, alcançando 4,83%, o que obrigou o Banco Central a apresentar justificativas ao Ministério da Fazenda. Para os próximos anos, as projeções do mercado continuam acima do esperado:

  • Inflação projetada para 2025: 5,5% (acima da meta)
  • Inflação para 2026: 4,22%

Fatores que pressionam a inflação

Nos últimos meses, vários fatores têm dificultado o controle da inflação. Condições climáticas adversas, como secas e chuvas intensas, afetaram os preços dos alimentos e da energia elétrica. Além disso, a valorização do dólar, impulsionada por incertezas no cenário externo e dúvidas sobre as contas públicas, encareceu produtos importados.

Outro fator que pesa na inflação é a atividade econômica aquecida. Com o baixo desemprego, a renda das famílias melhora e o consumo se mantém alto, pressionando os preços, principalmente no setor de serviços.

Com esse cenário, o Banco Central do Brasil segue atento para decidir os próximos passos da política monetária. A expectativa é de que a inflação comece a desacelerar, permitindo uma eventual estabilização dos juros no médio prazo.

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