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Deportação em massa de Trump ameaça economia dos EUA

A deportação em massa de imigrantes nos EUA, intensificada por Trump, pode impactar setores-chave como construção, agricultura e tecnologia. Especialistas apontam riscos econômicos e alta dependência da mão de obra imigrante, enquanto empresas e Wall Street avaliam os efeitos
Deportação em massa pode prejudicar a economia dos EUA
(Imagem: Gage Skidmore from Peoria, AZ, United States of America – Wikimedia)

Desde que assumiu a presidência dos Estados Unidos em 20 de janeiro, Donald Trump iniciou seu plano de deportação em massa. Caso consiga expulsar até 11 milhões de imigrantes em situação irregular, a maior economia do mundo pode enfrentar impactos significativos.

Deportação em massa pode prejudicar economia

A Bloomberg Economics estima que a deportação em massa de todos os imigrantes indocumentados poderia reduzir o PIB dos EUA em até 8%, afetando uma economia avaliada em US$ 27,3 trilhões. Além disso, segundo o American Immigration Council (AIC), as famílias de imigrantes contribuíram com US$ 580 bilhões em impostos em 2022, cerca de um sexto da arrecadação total do país.

Atualmente, imigrantes ilegais representam cerca de 23% da população imigrante nos EUA. Destes, 4 milhões (23%) são do México, seguidos por Índia (6%), China (5%), Filipinas (4%) e El Salvador (3%), conforme dados do Pew Research Center.

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Mercado preocupado

A possibilidade de deportação em massa preocupa Wall Street, já que 13,6% da população americana é composta por imigrantes, e 18,4% da força de trabalho depende deles. Além disso, 25% das empresas foram fundadas por imigrantes, de acordo com o Departamento do Trabalho dos EUA.

Vinicius Bicalho, advogado de imigração licenciado nos EUA, destaca que, apesar do crescimento da imigração ilegal, não há um sentimento generalizado contra imigrantes. Pesquisa da Gallup aponta que 87% dos norte-americanos apoiam deportações de imigrantes com antecedentes criminais, enquanto apenas 25% são contrários à imigração em geral (a favor da deportação em massa).

Mesmo com declarações firmes sobre deportação em massa, Bicalho acredita que Trump enfrenta barreiras institucionais para implementar medidas extremas. O país seguirá recebendo pedidos de vistos, especialmente para setores que demandam mão de obra estrangeira, como tecnologia, saúde e engenharia.

Brasileiros nos EUA

No caso dos brasileiros nos EUA, dados do Ministério das Relações Exteriores indicam que há quase 2 milhões de cidadãos no país, dos quais 230 mil estão indocumentados. Entre eles, estão aqueles que entraram ilegalmente, os que permaneceram após o vencimento de seus vistos e os que aguardam processos de asilo ou perdão migratório.

A deportação em massa afetaria setores como hotelaria, alimentação e construção civil. Dados do banco de investimentos Jefferies indicam que, em estados como Texas, Califórnia e Flórida, mais de 45% dos trabalhadores da construção são imigrantes. Na agricultura, estima-se que 70% dos trabalhadores agrícolas sejam imigrantes, muitos deles sem documentos.

A contribuição dos imigrantes para o setor empresarial também é expressiva: 45% das empresas da Fortune 500 foram fundadas por imigrantes ou seus filhos. Além disso, mais da metade (55%) das startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão têm fundadores imigrantes.

No setor educacional, estudantes internacionais geraram US$ 40 bilhões para a economia dos EUA no ano acadêmico 2022-2023, apoiando mais de 368 mil empregos, segundo a Associação de Educadores Internacionais. Esse cenário demonstra que a imigração é um fator essencial para a economia e o crescimento do país.

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