O governo da Austrália anunciou nesta terça-feira (4) a proibição do uso de tecnologia da DeepSeek em todos os dispositivos oficiais. Preocupações de que a startup chinesa de inteligência artificial representa ameaças à segurança nacional motivaram a decisão, segundo comunicado do Departamento de Assuntos Internos.
O secretário da pasta emitiu uma orientação obrigatória para que todas as entidades do governo bloqueiem o uso de produtos, aplicativos e serviços da DeepSeek. Além disso, qualquer sistema da empresa já instalado em dispositivos públicos deve ser removido imediatamente.
DeepSeek é considerada “risco inaceitável”, afirma ministro
O ministro de Assuntos Internos da Austrália, Tony Burke, destacou que o uso da tecnologia da DeepSeek representa um “risco inaceitável” para a infraestrutura digital do governo.
“A proibição imediata é necessária para proteger a segurança e o interesse nacional da Austrália”, afirmou a veículos de comunicação locais.
A medida, no entanto, não se aplica a dispositivos pessoais da população australiana.
Outros países também restringem uso da tecnologia chinesa
A decisão da Austrália segue uma tendência internacional de restrições a tecnologias desenvolvidas na China. A Itália já havia proibido o uso do DeepSeek em instituições públicas, enquanto Taiwan anunciou medida semelhante no início desta semana. Outros países europeus também investigam o potencial impacto da startup chinesa.
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O lançamento da tecnologia da DeepSeek no mês passado causou impacto global. Com custo menor do que o de concorrentes e exigindo menos recursos computacionais, a startup abalou o setor de inteligência artificial. Esse movimento gerou preocupações no Ocidente, especialmente sobre os altos investimentos em chips e data centers.
Após o lançamento da DeepSeek, as ações de empresas de tecnologia registraram queda, refletindo o temor de que o avanço chinês possa alterar a dinâmica do mercado global.
DeepSeek: histórico de restrições à tecnologia chinesa na Austrália
Essa não é a primeira vez que o governo australiano adota uma postura rigorosa em relação a produtos tecnológicos chineses. Há dois anos, o país já havia banido o TikTok de dispositivos governamentais, também por questões de segurança.
Com as recentes medidas, cresce a discussão sobre o papel da tecnologia chinesa no cenário global e até que ponto governos devem limitar o uso dessas ferramentas em nome da segurança nacional.