A dívida pública federal encerrou 2024 em R$ 7,3 trilhões, registrando uma alta de 12,2% em relação a 2023, quando totalizava R$ 6,52 trilhões. Na comparação com novembro de 2024, o avanço foi de 1,6%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (4/2) pelo Tesouro Nacional.
Alta da dívida pública
A dívida pública é emitida pelo governo federal para cobrir o déficit orçamentário, isto é, despesas que superam a arrecadação com impostos, contribuições e outras receitas. Esse indicador (alta da dívida pública) é um dos principais parâmetros usados por agências de classificação de risco para avaliar a capacidade de pagamento do país.
O passivo inclui obrigações do governo tanto no mercado interno quanto externo. O crescimento em 2024 foi impulsionado, principalmente, pela apropriação positiva de juros – situação em que o retorno obtido pelo Tesouro com suas aplicações supera a remuneração paga aos detentores da dívida. Esse item somou R$ 762,4 bilhões no período, enquanto as emissões líquidas totalizaram R$ 33,3 bilhões.
Dívida Interna e Externa
O estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) passou de R$ 6,27 trilhões em 2023 para R$ 6,97 trilhões em 2024, um crescimento de R$ 698 bilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) fechou o ano em R$ 349,2 bilhões, um acréscimo de R$ 97,7 bilhões em relação a 2023.
Reserva de Liquidez
O chamado “colchão da dívida”, ou reserva de liquidez, atingiu R$ 860,1 bilhões em dezembro de 2024, um recuo de R$ 122,2 bilhões (-12,44%) em comparação ao mesmo período de 2023. Essa reserva cobre o vencimento da dívida por aproximadamente 6,24 meses, ante 7,57 meses no ano anterior.
“É natural que haja variação nesse indicador. Essa é sua função”, afirmou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, em entrevista coletiva. O Tesouro estabelece como parâmetro mínimo uma reserva equivalente a três meses de vencimentos da dívida, sendo esse saldo proveniente da emissão de títulos públicos.
Alta na dívida pública bruta
A relação entre a dívida pública e o PIB (Produto Interno Bruto) encerrou 2024 em 76,1%, de acordo com o Banco Central. O aumento foi de 2,2 pontos percentuais em relação a 2023.
Esses números referem-se à Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que inclui, além dos títulos do governo federal, os débitos dos governos estaduais e municipais. Em valores nominais, a DBGG atingiu R$ 9 trilhões em dezembro de 2024.
Detentores da Dívida
O grupo de Instituições Financeiras aumentou seu estoque de dívida de R$ 1,86 trilhão em dezembro de 2023 para R$ 2,05 trilhões no mesmo mês de 2024. Apesar do crescimento nominal, sua participação relativa caiu de 29,67% para 29,49%.
Já o grupo da Previdência Social expandiu seu estoque de R$ 1,44 trilhão para R$ 1,67 trilhão no período, elevando sua participação na dívida de 22,99% para 23,93%.