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Indústrias do aço no Brasil na mira de Donald Trump: veja as mais atingidas

Indústrias do aço no Brasil enfrentam dificuldades após Trump impor tarifas que prejudicam exportações. ArcelorMittal, Ternium e CSN estão entre as mais afetadas.
Indústrias do aço no Brasil sofrem impacto com tarifas impostas por Trump, prejudicando exportações. ArcelorMittal, Ternium e CSN estão entre as mais afetadas.
(Imagem: divulgação/Usiminas)

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor novas tarifas ao aço importado atinge diretamente a indústria nacional. Três indústrias do aço no Brasil estão entre as mais afetadas, já que lideram as exportações de produtos semiacabados para o mercado americano. Em 2024, essas exportações somaram US$ 2,8 bilhões, tornando os Estados Unidos o principal destino do aço produzido no Brasil.

Quais as indústrias do aço no Brasil sofrerão mais com as tarifas de Donald Trump?

O Brasil ocupa uma posição de destaque no fornecimento de aço e ferro aos Estados Unidos. No ano passado, as vendas para o mercado americano chegaram a US$ 4,677 bilhões, representando 14,9% do total importado pelos EUA. O país é o segundo maior fornecedor, ficando atrás apenas do Canadá, que domina 24,2% desse mercado.

Entre as indústrias do aço no Brasil mais afetadas pela medida estão ArcelorMittal e Ternium, cujas unidades em Pecém (CE) e no Rio de Janeiro produzem a maior parte dos insumos exportados para os EUA. Outra empresa que será impactada é a CSN. Esses materiais são essenciais para a produção de aço em território americano, abastecendo siderúrgicas locais que finalizam os produtos para diversas indústrias.

Vídeo do canal Uol no YouTube.

Os maiores fornecedores de aço e ferro para os EUA em 2024

PaísPercentual de participação
Canadá24,2%
Brasil14,9%
México10,1%
Coreia do Sul5,9%
Alemanha4,6%
Japão3,7%
Taiwan3,3%
Vietnã3,1%
Holanda2,6%
Trinidad e Tobago2%

Brasil pode negociar com os EUA?

O governo brasileiro vê margem para negociar com os Estados Unidos e tentar reduzir os impactos da sobretaxa. Um dos principais argumentos é que, para produzir o aço exportado, o Brasil compra cerca de US$ 1 bilhão por ano em carvão americano. Se as siderúrgicas brasileiras reduzirem a produção por conta das tarifas, as empresas dos EUA também perderão um importante cliente.

Essa não é a primeira vez que Washington impõe restrições ao aço estrangeiro. Em 2019, Donald Trump aplicou tarifas de 25% ao aço e 10% ao alumínio importados, justificando a decisão com base na segurança nacional. Na ocasião, o país conseguiu um acordo para manter um volume de exportação sem sobretaxa, mas dentro de uma cota predefinida e evitar prejuízos as indústrias do aço no Brasil.

No entanto, o governo brasileiro enfrenta um desafio: não há diálogo estabelecido entre as autoridades comerciais do Brasil e a equipe de Trump para reverter as tarifas e evitar prejuízos as indústrias do aço no Brasil. Até o momento, nenhuma reunião foi realizada com o Departamento de Comércio dos EUA, o Conselho de Segurança Nacional ou a representação comercial da Casa Branca (USTR). Sem essas conversas, as siderúrgicas brasileiras podem enfrentar dificuldades para manter sua fatia no mercado americano.

Indústrias do aço no Brasil: o que está em jogo?

As medidas de Donald Trump atingem um setor de grande importância econômica. Em 2024, os Estados Unidos importaram US$ 31,3 bilhões em aço e ferro, sendo US$ 4,677 bilhões provenientes do Brasil. Além disso, as novas tarifas também afetam a compra de peças e componentes do setor, que somaram US$ 49,7 bilhões no último ano. Nesse segmento, a presença brasileira é menor, representando 0,6% do total importado pelos EUA.

Outro mercado impactado é o de produtos de alumínio, que movimentou US$ 27,4 bilhões em importações americanas. O Brasil responde por 1% desse valor, equivalente a US$ 272 milhões em vendas para os EUA.

Principais compradores do aço brasileiro em 2024

  • Estados Unidos – 47,9%
  • China – 10,7%

A dependência das siderúrgicas brasileiras do mercado americano torna a situação ainda mais delicada. Sem uma negociação rápida e eficiente, as indústrias do aço no Brasil, podem enfrentar queda nas exportações e, consequentemente, impactos na produção e no emprego.

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