A inflação na Argentina desacelerou em janeiro, registrando 2,2%, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). Esse percentual representa a menor taxa mensal desde julho de 2020, quando o índice foi de 1,9%.
A inflação da Argentina pode continuar caindo?
O resultado indica uma nova queda em relação a dezembro, quando a inflação fechou em 2,7%. A redução de 0,5 ponto percentual (p.p.) reforça a tendência de arrefecimento dos preços e ficou ligeiramente abaixo da previsão dos analistas, que estimavam 2,3%.
No acumulado de 12 meses, o índice atingiu 84,5%, retornando a um patamar inferior a 100% pela primeira vez desde janeiro de 2023. No mês anterior, a taxa estava em 117,8%, demonstrando um recuo expressivo.
Medidas econômicas e seus efeitos
Desde que assumiu a presidência em dezembro de 2023, Javier Milei tem adotado uma política de corte de gastos para equilibrar as contas públicas. Entre as medidas implementadas estão a suspensão de repasses para estados, paralisação de obras públicas e redução de subsídios para tarifas de serviços essenciais, como energia, água e transporte.
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A retirada desses incentivos gerou um aumento inicial nos preços ao consumidor, mas, por outro lado, contribuiu para sucessivos superávits fiscais e um aumento da confiança dos investidores.
O que esperar para os próximos meses da inflação na Argentina?
Javier Milei pretende consolidar o controle da inflação enquanto negocia um novo acordo financeiro com o Fundo Monetário Internacional (FMI), ao qual a Argentina deve mais de US$ 44 bilhões.
Nos últimos anos, o país enfrentou inflação de três dígitos, uma das mais altas do mundo. O governo busca reduzir os índices para destravar investimentos e eliminar restrições cambiais que afetam o mercado. No entanto, especialistas avaliam que a estabilidade dos preços ainda dependerá de fatores econômicos e políticos.
“A inflação deve se manter próxima ou ligeiramente acima do índice de janeiro“, projeta a consultoria econômica Eco Go sobre a inflação da Argentina. “A tendência de queda deve continuar ao longo do ano, podendo ficar abaixo de 2% na segunda metade de 2024.”
