A Azul (AZUL4) encerrou o quarto trimestre de 2024 com um lucro líquido ajustado de R$ 62,4 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 270,6 milhões registrado um ano antes. O desempenho reflete um forte crescimento operacional, impulsionado por maior demanda e eficiência nas operações.
Esse resultado vem após a empresa reduzir seu prejuízo no terceiro trimestre de 2024. No período, a companhia teve prejuízo líquido ajustado de R$ 203 milhões, uma queda de 76,3% em relação ao mesmo trimestre de 2023, quando o prejuízo foi de R$ 856 milhões. A melhora foi impulsionada pela reestruturação de dívidas e injeção de capital, apoiadas por credores.
No 3T24, a Azul registrou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 1,65 bilhão, um recorde para o período, com alta de 6% em relação ao ano anterior e margem ampliada de 31,7% para 32,2%.
Receita operacional e ocupação em alta
No quarto trimestre, o Ebitda da Azul atingiu R$ 1,95 bilhão, o maior já registrado pela companhia, com um aumento de 33% sobre 2023. Esse avanço elevou a margem Ebitda para 35,2%, um crescimento de 6 pontos percentuais.
A receita operacional também teve um bom desempenho, alcançando R$ 5,5 bilhões no 4T24, um crescimento de 10,2% em relação ao ano anterior. O crescimento da capacidade da empresa e o cenário favorável à demanda impulsionaram o aumento.
No 3T24, a companhia já havia mostrado sinais de recuperação, com receita líquida de R$ 5,1 bilhões, alta de 4,3% sobre o mesmo período de 2023. No entanto, custos e despesas operacionais subiram 3,8%, totalizando R$ 4,1 bilhões, enquanto o rendimento médio apresentou leve queda de 0,3%.
O tráfego de passageiros (RPK) no quarto trimestre aumentou 16,9%, superando a expansão da capacidade e resultando em uma taxa de ocupação de 84,2%, um avanço de 4,2 pontos percentuais sobre o 4T23. A receita unitária (RASK) foi de R$ 44,98 centavos, mantendo-se estável mesmo com a capacidade crescendo 11% no período.
O lucro da Azul: endividamento e liquidez
A Azul encerrou 2024 com uma liquidez total de R$ 7,5 bilhões, considerando investimentos, recebíveis e reservas de manutenção. A liquidez imediata, disponível em caixa no final do ano, foi de R$ 3,1 bilhões, o equivalente a 15,7% da receita anual.
O endividamento líquido da empresa, no entanto, cresceu 52,7% em relação ao mesmo período de 2023, atingindo R$ 29,57 bilhões. A empresa atribui esse aumento à desvalorização do real em relação ao dólar, que impactou suas dívidas em moeda estrangeira. Com isso, a relação entre dívida líquida e Ebitda fechou o ano em 4,9 vezes.
A frota operacional da Azul contava com 181 aeronaves de passageiros ao fim de 2024, enquanto a frota contratual somava 185 aviões, com idade média de 7,2 anos, sem considerar os modelos Cessna.
Ações da Azul
As ações da Azul (AZUL4) às 09h45 estavam no valor de R$ 3,63. O mercado segue atento aos desdobramentos da recuperação financeira da companhia e ao impacto da reestruturação de sua dívida no desempenho futuro.