O Brasil registrou a criação de 137,3 mil empregos formais em janeiro deste ano, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. O saldo positivo resulta de 2,27 milhões de contratações e 2,13 milhões de demissões no período.
Apesar do avanço, o número representa uma queda de 20,7% em relação a janeiro de 2024, quando foram criadas 173,2 mil vagas com carteira assinada. Esse também é o pior desempenho para meses de janeiro desde 2023, segundo os dados oficiais.
Vídeo do canal CNN Brasil no YouTube.
O que explica a queda na criação de empregos formais?
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, atribuiu a diminuição de empregos formais no ritmo de contratações ao impacto da alta de juros promovida pelo Banco Central (BC) Atualmente, a taxa Selic está em 13,25% ao ano e há previsão de nova elevação em março, para 14,25% ao ano.
Para Luiz Marinho, elevar os juros não é a solução para controlar a inflação. “Temos que produzir mais para conter a inflação. Se inibe crédito e sobe juros, inibe o investimento”, afirmou o ministro.
Como o resultado de janeiro se compara a anos anteriores?
Os números mostram que a criação de empregos formais segue um comportamento variável ao longo dos últimos anos. Veja o desempenho dos meses de janeiro:
- 2020: 112,1 mil vagas fechadas
- 2021: 254,4 mil empregos criados
- 2022: 167,5 mil vagas abertas
- 2023: 90,1 mil vagas abertas
- 2024: 173,2 mil vagas abertas
- 2025: 137,3 mil vagas abertas
Segundo analistas, comparações com períodos anteriores a 2020 não são precisas, pois a metodologia do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foi modificada pelo governo.
Quais setores mais contrataram?
A criação de empregos formais foi positiva em quatro dos cinco setores da economia, enquanto o comércio teve saldo negativo, registrando mais demissões do que admissões.
Além disso, quatro das cinco regiões do país apresentaram crescimento no número de vagas formais.
Cresce o número total de empregos formais
O levantamento oficial também indica que o Brasil encerrou janeiro de 2025 com um total de 47,34 milhões de empregos com carteira assinada. O número representa um avanço em relação a dezembro de 2024 (47,2 milhões) e a janeiro do ano passado (45,69 milhões).
Salário médio de admissão sobe
Os dados do governo mostram que o salário médio de admissão em janeiro de 2025 foi de R$ 2.251,33, um aumento real em comparação com dezembro de 2024 (R$ 2.162,32) e janeiro do ano passado (R$ 2.210,58).
O crescimento reflete um aumento no poder de compra dos trabalhadores formais, considerando os ajustes inflacionários.