A Petrobras encerrou o quarto trimestre de 2024 com um prejuízo líquido de R$ 17 bilhões, revertendo o lucro de R$ 31,04 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior. Apesar do desempenho negativo nos últimos três meses do ano, a estatal acumulou um lucro de R$ 36,60 bilhões em 2024, marcando o sexto ano consecutivo no azul, mas com uma queda de 70,6% em relação a 2023.
Fatores não recorrentes, como a desvalorização cambial e o aumento nas provisões de despesas operacionais, impactaram o balanço. Menores gastos com imposto de renda e contribuição social compensaram parcialmente esses efeitos. Sem esses eventos extraordinários, a Petrobras teria registrado um lucro de R$ 17,7 bilhões no trimestre.
O prejuízo da Petrobras: receita e rentabilidade em queda
A receita de vendas da Petrobras totalizou R$ 121,27 bilhões no último trimestre de 2024, representando uma queda de 9,7% na comparação anual. No mesmo período de 2023, o faturamento havia sido de R$ 134,26 bilhões.
O Ebitda ajustado recuou 38,7% no trimestre, somando R$ 40,97 bilhões, ante os R$ 66,85 bilhões registrados entre outubro e dezembro do ano anterior. Os resultados contribuíram para o prejuízo da Petrobras.
No acumulado de 2024, a estatal também apresentou retração nos números. A receita caiu 4,1%, atingindo R$ 490,83 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado caiu 18,2%, para R$ 214,42 bilhões.
Endividamento avança com o cenário desafiador
A Petrobras fechou 2024 com um aumento no endividamento líquido, que atingiu US$ 52,24 bilhões em dezembro, um crescimento de 18,1% em relação aos US$ 44,25 bilhões registrados no fim de setembro.
A alavancagem financeira, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, subiu para 1,29 vez no quarto trimestre. No encerramento de setembro, essa relação era de 0,95 vez, e em dezembro de 2023, de 0,85 vez.
Com a variação cambial, a dívida líquida da Petrobras em reais saltou para R$ 304,73 bilhões no fechamento do ano, ante R$ 214,55 bilhões em dezembro de 2023.