A cotação do dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (5) em queda de 2,71%, cotada a R$ 5,7559. Os Estados Unidos anunciaram um alívio temporário nas tarifas sobre automóveis importados do Canadá e do México, o que impulsionou o mercado. Dessa forma, a bolsa de valores brasileira também registrou alta.
Por que a cotação do dólar caiu?
A forte queda da cotação do dólar ocorreu devido às mudanças no posicionamento do governo norte-americano. Na terça-feira (4), a Casa Branca determinou tarifas de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos, além de uma taxa adicional de 10% sobre todas as importações chinesas. A decisão gerou instabilidade global, afetando os mercados financeiros.
No entanto, nesta quarta-feira (5), a Casa Branca anunciou que os automóveis importados do Canadá e do México ficarão isentos dessas taxas por um mês. Esse alívio nas tarifas trouxe mais confiança aos investidores, permitindo a valorização de moedas emergentes, como o real. Além disso, o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, indicou que outras medidas de flexibilização poderiam ocorrer, reduzindo os temores de uma guerra comercial prolongada.
Impacto no mercado financeiro
A cotação do dólar não foi o único indicador a reagir positivamente. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, avançou 0,20%, fechando o dia com 123.047 pontos. O mercado respondeu com otimismo à possibilidade de um cenário comercial menos hostil entre os países.
Além disso, a decisão da Casa Branca de aliviar algumas tarifas reduz o risco de uma alta significativa da inflação nos Estados Unidos. Caso os preços de importação aumentassem, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, poderia elevar as taxas de juros. Com juros mais altos, investidores tendem a buscar ativos seguros nos EUA, o que valorizaria o dólar. No entanto, a sinalização de que novas tarifas podem ser retiradas acalmou o mercado e contribuiu para a queda da moeda norte-americana.
Perspectivas para a cotação do dólar
Especialistas acreditam que a tendência da cotação do dólar dependerá dos próximos desdobramentos da política comercial norte-americana. Caso o governo dos EUA adote medidas mais rígidas e amplie as tarifas de importação, o dólar pode voltar a subir. Por outro lado, se novas flexibilizações ocorrerem, o real pode continuar se valorizando.
Outro fator que pode impactar a cotação do dólar envolve a decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros nos Estados Unidos. Se o Fed optar por manter os juros em patamares elevados por mais tempo, o fluxo de investimentos pode se deslocar para ativos americanos, pressionando o câmbio. No entanto, caso o banco central sinalize cortes na taxa, o dólar pode seguir em queda.
Diante desse cenário, os investidores devem acompanhar atentamente as declarações da Casa Branca e do Fed nos próximos dias. A volatilidade do câmbio pode continuar elevada, refletindo o impacto das políticas econômicas norte-americanas sobre o mercado global. A atenção a esses fatores se torna essencial para compreender os rumos da economia global.