O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a queda da inflação deve se consolidar em 2025, impulsionada principalmente pela supersafra agrícola e pela desvalorização do dólar. Em entrevista ao Flow Podcast, ele destacou que a redução nos preços dos alimentos será um dos principais fatores para a desaceleração inflacionária no Brasil.
O impacto da supersafra na inflação
Segundo Haddad, a produção agrícola em 2025 será significativamente maior do que no ano anterior. “Uma série de produtos que estão mais caros hoje vão ter seus preços reduzidos com a entrada da safra. Vai ser uma supersafra, ao contrário do ano passado”, afirmou o ministro.
Além disso, ele explicou que a inflação em 2024 foi impactada por eventos climáticos adversos, como secas no Centro-Oeste e enchentes no Rio Grande do Sul, que afetaram a produção de milho e arroz. “O milho ficou caro e, por consequência, encareceu a ração para as aves, elevando os preços do frango e dos ovos”, exemplificou.
Efeito do dólar na queda da inflação
Além da supersafra, a recente desvalorização do dólar também pode contribuir para a queda da inflação. Como o Brasil importa diversos insumos e produtos, um dólar mais baixo reduz os custos da cadeia produtiva, refletindo, assim, em preços menores para o consumidor.
“O dólar influencia diretamente o preço de muitos produtos no Brasil. Dessa forma, com a queda da moeda americana, os custos tendem a diminuir, e isso ajuda a controlar a inflação”, explicou Haddad.
Crescimento do PIB e controle da queda da inflação
O ministro também destacou o crescimento do PIB brasileiro em 2024, que chegou a 3,4%, um dos maiores do mundo. No entanto, ele prevê uma desaceleração em 2025, com projeção de alta de 2,5%.
“A previsão é de um crescimento um pouco menor este ano, justamente por causa da inflação. Afinal, se a demanda das famílias continuar forte e a oferta de produtos não acompanhar, os preços sobem. Esse equilíbrio, portanto, é fundamental para continuar crescendo de forma sustentável”, pontuou.
Expectativas para a inflação em 2025
Haddad enfatizou que o governo trabalha para manter a inflação sob controle e evitar oscilações bruscas nos preços. “O objetivo é garantir que o crescimento da economia aconteça de maneira sustentável, sem gerar descontrole inflacionário. Por isso, a calibragem da oferta e demanda será essencial nesse processo”, concluiu.
Dessa forma, a expectativa é que os efeitos da supersafra e da queda do dólar se tornem mais evidentes ao longo do ano, garantindo, assim, um alívio para o bolso dos consumidores e maior estabilidade econômica.
