Inflação mensal da Argentina acelera: qual o efeito no Brasil?
Em fevereiro de 2025, a inflação mensal na Argentina registrou um aumento de 2,4%, conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Este índice representa uma aceleração em relação aos 2,2% observados em janeiro. Assim, no acumulado dos últimos 12 meses, a inflação atingiu 66,9%.
Principais setores afetados pela aceleração da inflação argentina
Os setores que mais contribuíram para essa alta foram:
- Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis: registraram um aumento de 3,7%, refletindo reajustes nos serviços básicos.
- Alimentos e bebidas não alcoólicas: tiveram uma alta de 3,2%, impulsionada principalmente pelo aumento nos preços de carnes e derivados.
Inflação na Argentina – O que mudou após redução histórica?
O vídeo a seguir, publicado no mês passado, destaca a queda da inflação na Argentina para o menor nível em cinco anos, com otimismo sobre a trajetória econômica do país. No entanto, as recentes informações indicam uma aceleração da inflação nos últimos meses, o que altera as perspectivas para o futuro.
Impactos no Brasil diante da aceleração da inflação argentina
A inflação argentina pode gerar efeitos diretos e indiretos na economia brasileira:
- Comércio bilateral: a Argentina é um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Ou seja, uma inflação elevada pode reduzir o poder de compra dos argentinos, diminuindo a demanda por produtos brasileiros e afetando negativamente as exportações do Brasil.
- Investimentos estrangeiros: a instabilidade econômica na Argentina pode levar investidores a buscar mercados mais estáveis na região, como o Brasil. Dessa forma, pode resultar em um aumento de investimentos estrangeiros diretos no país.
- Turismo: com a desvalorização do peso argentino e a perda do poder aquisitivo, é provável que haja uma redução no número de turistas argentinos no Brasil, impactando o setor turístico, especialmente em regiões que tradicionalmente recebem esses visitantes.
Perspectivas futuras
O governo argentino, sob a liderança de Javier Milei, tem adotado medidas de austeridade para tentar conter a inflação, que chegou a patamares extremamente elevados no ano passado. Apesar de uma desaceleração em relação aos picos anteriores, a taxa mensal continua elevada, girando entre 2% e 3%.
Especialistas consultados pelo banco central da Argentina projetam que a inflação anual poderá cair para cerca de 23,3% até o final de 2025. Para o Brasil, acompanhar de perto os desdobramentos econômicos do país vizinho é essencial, uma vez que a interdependência comercial entre as nações pode afetar setores estratégicos.
Estratégias conjuntas e políticas de cooperação podem ser fundamentais para minimizar os impactos negativos e fortalecer a estabilidade econômica na região.