A alta do petróleo marcou a segunda semana seguida de valorização, encerrando a sexta-feira (21) com recuperação após queda pela manhã. A commodity, portanto, reagiu à intensificação das tensões no Oriente Médio e às recentes sanções dos Estados Unidos contra uma refinaria na China, o que elevou as preocupações com a oferta global.
Alta do petróleo é impulsionada por tensões geopolíticas
A alta do petróleo foi influenciada pelo cenário de instabilidade no Oriente Médio. Israel anunciou a intenção de tomar mais territórios em Gaza, enquanto os Estados Unidos impuseram novas sanções a uma refinaria chinesa que processa petróleo iraniano. Em resposta, a China criticou publicamente a postura norte-americana, exigindo que Washington pare de interferir na cooperação comercial entre os países.
Segundo Joseph Darieh, analista da Tickmill, “as novas ações dos EUA contra o Irã aumentaram as expectativas de oferta global mais restrita”. Dessa forma, o mercado reagiu com otimismo à possibilidade de menor disponibilidade de petróleo no curto prazo, contribuindo para a alta do petróleo.
Cotações do petróleo encerram semana em alta
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para maio subiu 0,30% (US$ 0,21), fechando a US$ 68,28 o barril. Já o Brent para junho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,19% (US$ 0,14), encerrando o dia a US$ 71,61. No acumulado da semana, o WTI registrou valorização de 2,1%, enquanto o Brent subiu 2,2%, confirmando a alta do petróleo.
Alta do petróleo recebe suporte da Opep+
Além das tensões geopolíticas, a alta do petróleo recebeu suporte adicional da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+). Na quinta-feira (20), entretanto, o grupo anunciou planos de compensação de produção envolvendo Rússia, Iraque, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Casaquistão e Omã. Esses ajustes, porém, visam equilibrar a produção e sustentar os preços no mercado internacional.
Embora o plano de compensação da Opep+ represente um alívio temporário, os traders permanecem cautelosos diante da volatilidade. Ela também depende também de fatores como a demanda global e decisões futuras dos principais produtores.
Mas é importante analisar que as incertezas do mercado internacional afetam diretamente nas ações do petróleo, como pode ser observado na análise abaixo:
Federal Reserve mantém cautela sobre economia dos EUA
Além disso, o mercado de petróleo também reagiu aos discursos dos dirigentes do Federal Reserve (Fed), Austan Goolsbee e John Williams. Ambos, por sua vez, defenderam prudência e destacaram a necessidade de aguardar mais dados econômicos antes de alterar os juros. Como resultado, essa postura reforça o clima de incerteza nos mercados, que ainda convivem com sinais mistos sobre o crescimento econômico dos Estados Unidos.
Mesmo após a recuperação recente, analistas afirmam que, por outro lado, a alta do petróleo continuará oscilando, à medida que surgirem novos desdobramentos geopolíticos e econômicos nas próximas semanas.