O governo federal publicou no Diário Oficial da União desta sexta-feira (28) a resolução que estabelece um novo aumento de juros para empréstimos consignados de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A taxa máxima passou de 1,8% para 1,85% ao mês, enquanto o teto para operações com cartão de crédito consignado e cartão consignado de benefício permanece em 2,46% ao mês.
A decisão foi aprovada pelo Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) na 311ª reunião ordinária realizada no dia 25 de março de 2025. O ajuste acompanha a elevação da taxa Selic, promovida pelo Banco Central, refletindo a atual política monetária do país.
O que muda com o novo aumento de juros?
O empréstimo consignado, modalidade amplamente utilizada por aposentados do INSS, caracteriza-se pelo desconto direto das parcelas na folha de pagamento. Esse formato de crédito tradicionalmente apresenta taxas mais baixas devido ao menor risco de inadimplência para os bancos. Contudo, a recente elevação dos juros elevados encarece o acesso ao crédito, reduzindo o poder de compra dos beneficiários.
Este é o segundo novo aumento de juros no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde dezembro de 2023, quando a taxa havia sido ajustada para 1,80% ao mês, os aposentados e pensionistas já lidam com sucessivos aumentos, impactando diretamente suas finanças.
Veja mais detalhes sobre o novo aumento na taxa de juros no vídeo abaixo:
A relação entre a Selic e o crédito consignado
A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação e influencia diretamente os custos do crédito no Brasil. Quando a Selic sobe, as taxas bancárias acompanham o movimento, tornando os financiamentos mais caros.
A elevação da Selic também afeta a renda fixa, tornando aplicações financeiras mais atrativas, o que reduz a disponibilidade de crédito e encarece operações como o crédito consignado. Esse cenário gera preocupações, especialmente para os aposentados do INSS, que frequentemente recorrem ao consignado para equilibrar o orçamento.
O impacto no endividamento dos aposentados
Com o novo aumento de juros, a tendência é que mais beneficiários do INSS enfrentem dificuldades financeiras. Muitos já comprometem grande parte de suas aposentadorias com empréstimos, e a elevação das taxas pode agravar o quadro de endividamento.
Diante dessa realidade, especialistas recomendam cautela na contratação de novos empréstimos. A recomendação é analisar o impacto das parcelas no orçamento e considerar alternativas antes de recorrer ao crédito. Além disso, acompanhar a evolução da política monetária e o comportamento do mercado financeiro pode ajudar na tomada de decisões mais estratégicas.
O governo e o CNPS justificam a medida como uma adequação necessária ao cenário macroeconômico, mas a decisão não deixa de gerar apreensão entre os aposentados do INSS, que já lidam com desafios financeiros crescentes.
O novo aumento de juros no crédito consignado para beneficiários do INSS reflete os ajustes na economia nacional e a influência da taxa Selic. Para os aposentados e pensionistas, essa mudança pode significar um custo maior na obtenção de crédito, exigindo ainda mais planejamento financeiro. Diante desse cenário, a orientação é que os segurados avaliem cuidadosamente suas necessidades e busquem informações antes de contratar novos financiamentos.