A investigação das autoridades da China sobre a venda de dois portos do Canal do Panamá atrasou a conclusão de um importante negócio internacional. O acordo seria liderado pela BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, em parceria com a CK Hutchison Holdings, conglomerado fundado por Li Ka-shing. A operação envolvia também investimento estrangeiro direto e poderia impactar a logística global.
O negócio previa a transferência do controle acionário de portos operados pela CK Hutchison na entrada do canal. A infraestrutura portuária é estratégica, pois o Canal do Panamá conecta os oceanos Atlântico e Pacífico, sendo responsável por cerca de 4% do comércio marítimo mundial.
Venda do Canal do Panamá reflete tensões geopolíticas e políticas comerciais globais
A suspensão da assinatura foi motivada por uma investigação da Administração Estatal de Regulamentação do Mercado da China. O órgão alegou que atua conforme as normas de regulamentação antitruste, visando garantir concorrência justa e proteger o interesse público.
Esse movimento ocorre em meio a uma crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos. O ex-presidente Donald Trump declarou que os EUA deveriam reassumir o controle da via, apesar de o Panamá manter sua soberania nacional sobre o canal desde 1999. A fala gerou tensão diplomática e acendeu discussões sobre política comercial e geopolítica.
Em 2024, o canal registrou quase US$ 5 bilhões em lucros, sendo responsável por 23,6% da renda nacional do Panamá, segundo o BID Invest. A presença chinesa nos portos do Canal do Panamá gera questionamentos estratégicos, sobretudo entre líderes políticos dos EUA.
Veja mais detalhes da suspensão da venda do Canal:
A América Latina, com destaque para o Panamá, continua sendo um território-chave nas disputas por rotas comerciais e influência. A decisão da China de revisar o acordo sinaliza cautela em operações globais com implicações geoeconômicas.
Como essa disputa pode impactar a estabilidade do comércio global? O desfecho ainda é incerto, mas deve redefinir a atuação internacional de empresas e governos sobre infraestruturas críticas como o Canal do Panamá.









