O acordo Mercosul-União Europeia voltou ao centro das atenções após a imposição de novas tarifas dos EUA feitas pelo presidente. Em uma declaração recente, um porta-voz da Comissão Europeia classificou o tratado como uma “grande oportunidade” para o bloco europeu diante das incertezas no comércio global provocadas pelas medidas adotadas por Donald Trump.
A movimentação busca fortalecer as parcerias estratégicas com a América do Sul, em um momento de aumento da guerra comercial e da retração de parceiros tradicionais. A declaração veio acompanhada do compromisso da UE de “investir muito tempo e energia com os Estados membros para finalizar o acordo”.
Apesar de resistências anteriores, especialmente da França, o cenário agora mudou. Na última quinta-feira, representantes de dez países europeus participaram de uma reunião para discutir o avanço do tratado. O gesto indica uma maior disposição da União Europeia em diversificar suas as relações comerciais internacionais diante das políticas protecionistas impostas pelos Estados Unidos.
Veja no vídeo abaixo uma análise sobre o acordo Mercosul-União Europeia após tarifas do Trump:
Acordo Mercosul-União Europeia se fortalece após tarifas
A expectativa é de que o acordo Mercosul-União Europeia impulsione ainda mais as exportações brasileiras e garanta o acesso preferencial a um mercado consumidor de mais de 440 milhões de pessoas. Em contrapartida, os europeus buscariam uma maior influência econômica na América Latina, ampliando a sua presença em setores como setor agropecuário, tecnologia e energia.
As novas tarifas dos EUA reforçam o risco de fragmentação no comércio internacional. Diante disso, a conclusão do acordo com o Mercosul é vista como uma medida de integração econômica e livre comércio, capaz de gerar impacto econômico positivo para ambos os blocos.
A iniciativa também pode beneficiar a balança comercial dos países do Mercosul e fortalecer o mercado comum entre as regiões. O avanço nas negociações internacionais evidencia uma estratégia europeia de buscar alternativas diante da retaliação comercial americana e da crescente instabilidade global.