O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) está no centro de discussões entre os maiores bancos privados do país e o presidente do Banco Central do Brasil (BC), Gabriel Galípolo. O encontro ocorreu neste sábado (5), com foco em ajustes nas regras de governança e uso do fundo. A discussão é impulsionada pelas negociações em torno da compra do Banco Master pelo Banco Regional de Brasília (BRB).
A preocupação dos grandes bancos gira em torno da utilização recorrente do FGC como atrativo para captação de recursos por instituições menores. Segundo os representantes, há receio de que o mecanismo de proteção, que garante até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, seja explorado sem contrapartidas adequadas, gerando risco sistêmico e comprometendo a estabilidade financeira.
Veja no vídeo abaixo mais detalhes sobre as possíveis novas regras após BRB comprar Banco Master:
Fundo Garantidor de Créditos (FGC) debate compra do Banco Master e ativos de risco em pauta
As negociações para aquisição do Banco Master envolvem não só o BRB, mas também outros agentes do mercado, como o BTG Pactual. Parte da proposta inclui a divisão dos ativos de risco, como precatórios e participações societárias, entre o BRB e um consórcio de bancos privados, com cobertura do FGC. Há interesse do André Esteves, presidente do conselho do BTG, em assumir parte desses ativos respaldados pelo fundo.
A operação ainda depende da aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Internamente, o Banco Central avalia os riscos e impactos sobre a liquidez bancária, diante da possível sobrecarga do FGC. A reunião com Galípolo também contou com a presença de líderes do Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e BTG, e reforçou a necessidade de revisão das regras de regulação bancária e fortalecimento da capitalização bancária.
O Banco Central destacou que realiza periodicamente reuniões com o setor para tratar de temas relacionados à estabilidade financeira com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O assunto deve ser discutido também no Conselho Monetário Nacional (CMN) nos próximos meses, considerando os possíveis impactos no sistema financeiro como um todo.