Tarifas sobre eletrônicos deixaram de ser aplicadas a diversos produtos importados nos Estados Unidos, segundo informou a Alfândega e Proteção de Fronteiras do país. A decisão, anunciada na última sexta-feira (11), altera parte da política comercial do ex-presidente Donald Trump, que havia estabelecido tarifas elevadas sobre itens vindos da China.
Produtos como smartphones importados, monitores de computador e componentes eletrônicos passam a estar isentos das novas cobranças. A medida vale para cargas que entraram nos EUA ou foram retiradas dos armazéns a partir de 5 de abril.
A mudança representa uma trégua parcial na guerra comercial EUA-China, marcada por sucessivos aumentos em tarifas de importação durante o mandato de Trump. Essas tarifas tinham potencial de afetar diretamente empresas como a Apple Inc., que mantém grande parte de sua produção concentrada na China.
De acordo com a Wedbush Securities, cerca de 90% dos iPhones são montados em território chinês. A Counterpoint Research estima que a Apple tenha até seis semanas de estoque nos Estados Unidos. Com o fim das isenções, os preços poderiam subir rapidamente, afetando o consumidor final.
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Impactos para o setor financeiro e os acordos comerciais
Durante uma entrevista no avião presidencial, Trump afirmou que “poderia haver exceções por razões óbvias”, indicando uma flexibilização pontual na política comercial dos EUA. Analistas financeiros alertam que as tarifas, mesmo quando temporárias, geram efeitos no mercado financeiro e nas bolsas de valores.
O impacto é ainda mais relevante para o setor de semicondutores, com chips e microcomponentes isentos da nova rodada de tarifas. Isso pode beneficiar empresas asiáticas como Samsung, TSMC e SK Hynix, enquanto a construção de fábricas nos EUA segue em andamento.
A medida também lança dúvidas sobre o equilíbrio das importações americanas e exportações chinesas, reacendendo debates sobre acordos comerciais. Para investidores atentos ao cenário internacional, o recuo nas tarifas sobre eletrônicos pode sinalizar um novo momento nas relações comerciais entre as maiores economias do mundo.