Os dividendos da Cemig estão no centro das preocupações dos investidores após o tombo de quase 5% nas ações (CMIG4) no fechamento do quarto trimestre de 2024. O recuo acendeu um alerta sobre a sustentabilidade dos proventos que, até o ano passado, colocavam a companhia entre as líderes em distribuição no setor elétrico.
No novo relatório, o UBS BB mantém recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 11,20. Apesar de prever bons resultados operacionais, o banco avalia que os dividendos da Cemig devem ficar abaixo de outras empresas do setor, como CPFL (CPFE3), com rendimento estimado de 9%, e Copel (CPLE6), com 7%.
Dividendos da Cemig perdem fôlego e concessões vencendo preocupam investidores
Outro ponto de atenção citado é o risco político. O banco afirma que a possibilidade de federalização ainda não está totalmente descartada. Além disso, metade das concessões de distribuição da Cemig está prestes a vencer, o que pode reduzir seu Ebitda em R$ 500 milhões.
A pressão nos preços de energia também traz incertezas. Um descasamento tarifário pode gerar impacto negativo de R$ 85 milhões. No entanto, o UBS acredita que os valores devem se normalizar a partir do segundo trimestre, com o apoio de uma hidrologia mais favorável e melhora nas redes de transmissão.
Veja mais detalhes sobre os dividendos da Cemig e a queda das ações:
CPFL ganha destaque com expectativa de dividendos turbinados
Enquanto os dividendos da Cemig tendem a perder fôlego, a CPFL aparece como aposta mais segura para investidores que buscam proventos consistentes. O UBS BB vê potencial de rendimento de 9% para 2025 e 2026, podendo chegar a 10,7% com uma vitória judicial da empresa estimada em R$ 4,7 bilhões.
Mesmo com uma taxa interna de retorno considerada mediana pelo mercado (10,8%), a CPFL oferece menos riscos regulatórios e é apontada como uma alternativa sólida para quem quer evitar armadilhas de valor.