O cofundador do Instagram, Kevin Systrom, declarou nesta terça-feira (22/04), em depoimento à Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC), que o Instagram teria crescido de forma independente, mesmo sem ter sido comprado pela Meta. Essa declaração fortalece a tese de que a Meta é acusada de monopólio por eliminar potenciais concorrentes por meio de aquisições estratégicas.
Systrom destacou que, antes da compra em 2012, o Instagram já apresentava crescimento consistente. O aplicativo contava com uma infraestrutura técnica sólida e operava com autonomia. Além disso, ele afirmou que a plataforma não precisava do Facebook — atual Meta — para continuar inovando e ampliando sua base de usuários.
Instagram crescia antes da aquisição pela Meta
Conforme publicado pelo Bloomberg News, durante a audiência, Systrom afirmou que, em 2011, o número de usuários do Instagram cresceu 13 vezes. A FTC, por sua vez, apresentou gráficos que comprovam essa evolução. Dessa forma, o executivo sustentou que a empresa já era competitiva, mesmo como startup independente.
Por isso, ele defendeu que o Instagram teria conseguido lançar recursos como vídeos e mensagens privadas por conta própria. Com isso, torna-se mais evidente o argumento de que a Meta não era essencial para o desenvolvimento da rede.
Meta acusada de monopólio por conter expansão do Instagram
Kevin Systrom, que comandou o Instagram até 2018, afirmou que o crescimento do app passou a incomodar Mark Zuckerberg. A partir daquele momento, segundo ele, a Meta teria restringido investimentos e negado recursos estratégicos.
Enquanto outras divisões recebiam atenção, o Instagram ficava de fora dos planos de expansão. Mesmo após o escândalo da Cambridge Analytica, a Meta não ampliou a equipe de privacidade do app. Diante disso, Systrom interpretou essas decisões como tentativas de barrar o protagonismo da plataforma.
E-mails mostram frustração com decisões da Meta
Documentos apresentados pela FTC reforçaram o fato da Meta ser acusada de monopólio . Em e-mails enviados em 2017, Systrom relatou que o Instagram não recebeu nenhuma das 300 novas vagas abertas para a área de vídeo. Para ele, essa omissão era inaceitável.
Além disso, ele afirmou que o Instagram contribuía significativamente para o faturamento da empresa. Ainda assim, não recebia os investimentos proporcionais. Essa frustração, segundo ele, expõe a prática de priorizar o Facebook em detrimento de um concorrente interno.
FTC pressiona Meta acusada de monopólio digital
A ação da FTC contra a Meta visa demonstrar que a empresa construiu um monopólio digital por meio da aquisição de concorrentes emergentes. Ao comprar Instagram e WhatsApp, a Meta teria neutralizado ameaças à sua hegemonia nas redes sociais.
Caso a Justiça acate os argumentos, o desfecho poderá reverter as aquisições e abrir precedente para a regulação das big techs nos Estados Unidos. Por outro lado, a Meta enfrentaria novos desafios para manter seu modelo de negócios.