EUA recuam nas tarifas sobre produtos chineses após meses de escalada na guerra comercial. O governo americano anunciou uma redução emergencial de 145% para 30% nas taxas de importação aplicadas à China, em um acordo temporário com validade de 90 dias. A medida é considerada o primeiro sinal concreto de recuo por parte da gestão Trump, que vinha adotando uma postura agressiva contra parceiros comerciais.
A decisão foi anunciada após reuniões intensas em Genebra, onde delegações das duas potências concordaram em pausar as sobretaxas como forma de conter a desaceleração da economia global. As tarifas chinesas também foram reduzidas, passando de 125% para 10%, mas o gesto de Washington chamou mais atenção por marcar uma reviravolta na estratégia americana.
EUA recuam nas tarifas para conter efeitos econômicos internos
A redução das tarifas pelos EUA ocorre em meio a sinais de que a economia americana já sente os impactos negativos das políticas protecionistas. Nos últimos meses, a pressão inflacionária e os gargalos nas cadeias de suprimentos intensificaram críticas de empresários e congressistas ao tarifaço.
Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, “o objetivo é reequilibrar o comércio sem sufocar a competitividade americana”. Ele reforçou que a decisão não representa uma concessão definitiva, mas sim uma pausa tática para abrir espaço a negociações mais amplas nos próximos meses.
Bessent também destacou que as tarifas elevadas estavam penalizando setores estratégicos, como tecnologia e indústria automotiva, elevando custos e afetando o consumo doméstico.
EUA recuam nas tarifas, veja mais detalhes no vídeo abaixo:
Recuo nas tarifas expõe divisões internas nos EUA
O recuo nas tarifas expõe fissuras dentro do próprio Partido Republicano. Enquanto setores mais moderados comemoraram a medida como necessária para preservar empregos e controlar a inflação, alas mais radicais criticaram o recuo como sinal de fraqueza frente à China.
Donald Trump, que liderou a imposição do tarifaço no início de abril, tentou suavizar o tom nas redes sociais, afirmando que “não se trata de recuar, mas de proteger o povo americano no momento certo”.
A Casa Branca reforçou que, embora tenha havido um recuo nas tarifas, os EUA manterão o foco em segurança econômica e continuarão revisando setores sensíveis, como semicondutores, energia e saúde.
Impacto global da decisão americana
O gesto dos EUA ao recuar nas tarifas teve efeito imediato nos mercados globais. Bolsas da Ásia e dos Estados Unidos fecharam em alta. O yuan valorizou-se frente ao dólar e o petróleo voltou a subir, refletindo otimismo com a reativação do comércio internacional.
Economistas apontam que o recuo nas tarifas dos EUA pode servir como alavanca para uma normalização mais ampla nas relações comerciais. O Brasil, como parceiro estratégico das duas potências, pode ser beneficiado indiretamente com maior estabilidade nos mercados de commodities e insumos industriais.