A Natura anunciou na última segunda-feira (12) que iniciará a demissão de 1.100 funcionários da operação da Avon International, o equivalente a 25% do total. A decisão ocorre diante dos resultados abaixo do esperado no primeiro trimestre de 2025, em meio à persistente volatilidade cambial.
Segundo a companhia, o objetivo é reduzir a saída de caixa ainda neste ano. “As receitas da Avon International continuam aquém do previsto, o que exigiu uma resposta mais rápida para conter prejuízos financeiros”, destacou a empresa em comunicado aos acionistas.
Reestruturação da Natura busca reduzir prejuízos
O CEO João Paulo Ferreira afirmou em conferência com investidores, nesta terça (13), que a reestruturação não trará alívio de caixa em 2025, mas prepara a companhia para resultados melhores no médio prazo. Desde 2024, a Natura já avaliava opções como a simplificação da operação da Avon e até uma possível venda do negócio internacional.
No primeiro trimestre de 2025, a Avon International teve receita de R$ 1,39 bilhão. Apesar das dificuldades, o grupo registrou prejuízo líquido de R$ 150,7 milhões — 83,9% menor do que no mesmo período de 2024.
Veja no vídeo abaixo mais detalhes sobre a redução de prejuízo da Natura:
Ações da Natura reagem positivamente
Após o anúncio da reestruturação, as ações da Natura (NTCO3) subiram mais de 5% na B3, refletindo a recepção positiva do mercado à tentativa de corte de custos e foco operacional. A movimentação foi registrada no pregão seguinte à divulgação dos resultados trimestrais e sinaliza uma expectativa mais favorável dos investidores em relação à nova estratégia da empresa.
Mudanças na holding Natura&Co e impacto nas ações
Em março, a empresa já havia reportado um prejuízo de R$ 438,5 milhões no quarto trimestre de 2024, queda que impactou fortemente suas ações na ocasião. Já no primeiro trimestre de 2025, o prejuízo foi de R$ 150,7 milhões, uma melhora de 83,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida totalizou R$ 6,68 bilhões, dentro das expectativas do mercado.
Com as mudanças, a Natura espera aumentar a eficiência operacional e recuperar a confiança do mercado global de cosméticos, num ambiente ainda marcado por incertezas econômicas e mudança de hábitos de consumo.









