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Alta de 56% no prejuízo da Casas Bahia expõe impacto dos juros

Mesmo com melhora operacional, a Casas Bahia registrou prejuízo de R$ 408 milhões no 1º trimestre de 2025. Juros altos e estoques acima do ideal puxaram o resultado para baixo. Empresa tenta reduzir estoque e avalia conversão de dívidas com bancos para aliviar pressão financeira.
A imagem mostra o mascote das Casas Bahia para representar o prejuízo das Casas Bahia
Alta de 56% no prejuízo da Casas Bahia expõe impacto dos juros. Foto: Divulgação Casas Bahia

A alta de 56% no prejuízo da Casas Bahia no primeiro trimestre de 2025 escancara os efeitos da pressão dos juros altos e desafios na gestão de estoques. Mesmo com ganhos operacionais, a rede varejista fechou o período com resultado negativo de R$ 408 milhões, segundo balanço divulgado na última quarta-feira (14).

O prejuízo da Casas Bahia foi fortemente influenciado pelas despesas financeiras, que alcançaram R$ 1 bilhão, alta de 36% em relação ao ano anterior. A empresa obteve lucro operacional de R$ 287 milhões, mas não conseguiu neutralizar os custos da dívida. A maior parte do passivo tem vencimento de longo prazo, mas à taxa de juros atual, representa capital caro parado, dificultando a reversão do quadro financeiro.

Estoques elevados e capital de giro pressionado

A gestão de estoques também impactou negativamente. A empresa encerrou o trimestre com 95 dias de estoque, bem acima do ideal, que seria abaixo de 80 dias. Isso exigiu maior financiamento com fornecedores e aumentou o consumo de capital de giro, que saltou para R$ 603 milhões, mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2024.

Segundo o CEO Renato Franklin, a alta no estoque é reflexo de uma demanda abaixo da esperada em março, o que gerou excesso de produtos parados. Com os juros ainda altos, estoque ocioso representa custo elevado, e a empresa pretende acelerar ajustes para retomar o equilíbrio nos próximos trimestres.

Veja mais detalhes sobre o que está acontecendo nas Casas Bahia no vídeo abaixo:

Ações promocionais e mix de produtos afetam margens

A receita líquida cresceu 10,1%, com destaque para a venda de celulares, mas a margem bruta ficou abaixo do esperado, em 30,2%. Isso porque as promoções e o foco em itens de menor margem, como eletrônicos, reduziram o ganho unitário. Ainda assim, o Ebitda ajustado subiu para R$ 570 milhões, com margem de 8,2%, apoiado por redução de 5,1% nas despesas operacionais.

A possibilidade de os bancos Bradesco e Banco do Brasil converterem R$ 1,5 bilhão em dívidas em ações da Casas Bahia pode aliviar parte do impacto financeiro. A decisão, porém, ainda está nas mãos dos credores e pode depender do desempenho das ações. Caso concretizada, essa conversão pode destravar novas linhas de crédito e melhorar a saúde financeira da empresa.

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