O Brasil registrou em março de 2025 um recorde no número de empresas inadimplentes. De acordo com o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, 7,3 milhões de CNPJs possuem dívidas ativas, que somam R$ 169,8 bilhões. O dado revela a pior marca da série histórica, destacando o avanço da inadimplência empresarial no atual cenário econômico.
O levantamento mostra que o setor de serviços representa 53% do total, evidenciando a relação direta entre o setor de serviços e inadimplência. Em média, cada empresa apresenta 7,3 contas negativadas, com ticket médio de R$ 3.186,80. O crédito restrito para empresas, somado aos juros altos e inadimplência, tem contribuído para esse aumento expressivo.
Pequenos negócios concentram maior volume de dívidas empresariais
Micro e pequenas empresas lideram o ranking de endividamento das empresas
Das empresas inadimplentes, 6,9 milhões são micro e pequenas. Juntas, elas acumulam mais de 48 milhões de dívidas empresariais, totalizando R$ 146,2 bilhões. Essa concentração evidencia a vulnerabilidade das empresas em crise financeira, especialmente diante das dificuldades de acesso ao crédito corporativo.
Segundo a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack, o aumento da inadimplência empresarial é impulsionado por “juros elevados, retração no crédito e limitações de capital de giro”. Esses fatores prejudicam o desempenho financeiro das empresas, especialmente as de menor porte, que têm menos margem para absorver impactos da crise econômica e empresas mal capitalizadas são as mais afetadas.
Estados com mais empresas inadimplentes revelam desigualdade regional
A taxa de inadimplência no Brasil é desigual entre as regiões. Em março, o Distrito Federal registrou 40,9% de empresas negativadas, seguido por Alagoas (40,3%) e Pará (39,8%). Esses dados reforçam o impacto da crise econômica e empresas localizadas em regiões menos industrializadas, que enfrentam dificuldades adicionais para manter suas finanças em equilíbrio.
A elevação do endividamento das empresas nessas áreas pode ter relação com a menor diversificação econômica e a fragilidade do crédito corporativo disponível. Além disso, a consequência, muitas vezes, é o crescimento dos pedidos de recuperação judicial de empresas ou até mesmo falência empresarial no Brasil.
Inadimplência empresarial pressiona o mercado financeiro e exige respostas
Impacto da inadimplência no mercado financeiro preocupa analistas e investidores. O aumento das empresas inadimplentes tem efeitos diretos no mercado. Assim, o impacto da inadimplência no mercado financeiro afeta a concessão de novos créditos, a confiança dos investidores e a liquidez do setor bancário. Além disso, especialistas alertam que o agravamento da inadimplência empresarial, se não controlado, pode elevar os pedidos de recuperação judicial de empresas em setores estratégicos.
Apesar do cenário desafiador, há expectativa de alívio com a possível redução da Selic nos próximos trimestres. Portanto, com juros menores e medidas de incentivo ao crédito corporativo, espera-se conter a escalada das dívidas empresariais e oferecer alternativas de refinanciamento. Além disso, a estabilidade do cenário econômico Brasil será fundamental para reverter esse quadro e evitar novas pressões sobre o sistema financeiro.
O avanço da inadimplência empresarial mostra como o desempenho financeiro das empresas está diretamente ligado ao ambiente macroeconômico. Ademais, políticas públicas eficazes, aliadas a crédito acessível e planejamento financeiro, serão essenciais para restaurar a saúde das empresas brasileiras e evitar que a crise se transforme em uma onda de falências.