Warren Buffett zera investimento no Nubank. A retirada completa de Buffett da fintech marca uma mudança importante nos rumos da Berkshire Hathaway. O megainvestidor norte-americano vendeu toda a sua participação no banco digital brasileiro, segundo documento divulgado na última quinta-feira (15), encerrando um ciclo iniciado antes do IPO da empresa em 2021.
O movimento da Berkshire Hathaway em zerar o investimento no Nubank surpreendeu parte do mercado. A empresa havia injetado cerca de US$ 500 milhões no banco digital ainda em sua fase pré-IPO. Desde então, a ação passou por fortes oscilações: chegou a cair 70% após o início da negociação pública, mas recuperou fôlego e acumulou valorização de 322% desde a mínima em junho de 2022.
A decisão vem após uma série de reduções gradativas na posição, iniciadas ainda em 2024. No aftermarket, as ações do Nubank recuaram 2,8%, refletindo a saída do investidor de referência.
Veja as mudanças de investimentos do Warren Buffet no vídeo abaixo:
Buffett zera investimento no Nubank: estratégia da Berkshire mira novos setores
Além do Nubank, a Berkshire Hathaway também se desfez completamente de sua posição no Citigroup e reduziu significativamente sua fatia no Bank of America. Por outro lado, aumentou sua aposta na Constellation Brands, produtora de bebidas, dobrando a posição para 12 milhões de ações.
A movimentação reforça uma mudança de foco nos investimentos da holding, possivelmente já sob influência do vice-presidente Greg Abel, que assumirá o comando da empresa com a aposentadoria de Buffett prevista para o fim do ano.
Impacto no mercado e na estratégia do Nubank
Apesar da retirada de Buffett, o Nubank divulgou um lucro líquido de US$ 557 milhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 74% em relação ao mesmo período do ano passado. O desempenho foi puxado pela maior rentabilidade no mercado brasileiro, com destaque para o crescimento na carteira de empréstimos e maior eficiência no uso do balanço.
Segundo Guilherme Lago, CFO do banco, os resultados reforçam a consistência da operação e a resiliência frente às mudanças no cenário macroeconômico. Ainda assim, analistas observam que a saída da Berkshire pode elevar a pressão sobre o Nubank para manter o ritmo de crescimento e rentabilidade.