A redução do preço do diesel promovida pela Petrobras desde janeiro de 2023 ainda não foi plenamente sentida pelo consumidor final nos postos de combustíveis, o que levanta dúvidas sobre o preço do diesel consumidor final e seus desdobramentos no preço do diesel no Brasil 2025.
Desde o início de 2023, a Petrobras já cortou R$ 1,22 no preço do litro do diesel vendido às distribuidoras, segundo dados oficiais. Em termos reais, levando em conta a inflação acumulada do período, o desconto representaria um alívio de R$ 1,75. No entanto, esse movimento de baixa nos valores não se refletiu integralmente nas bombas de combustíveis, gerando questionamentos sobre o impacto da Petrobras no preço do diesel.
Redução do preço do diesel não é repassada aos postos
A redução do preço do diesel pela Petrobras foi significativa, mas o repasse pelas distribuidoras e revendedoras tem sido limitado. Segundo a ANP, entre o fim de março e o início de maio de 2025, o preço médio ao consumidor caiu apenas R$ 0,21, mesmo após uma queda acumulada de R$ 0,45 nas refinarias.
Esse descompasso é explicado pela composição dos preços: aproximadamente 47% do valor na bomba corresponde ao diesel A da Petrobras, enquanto o restante se divide entre biodiesel, margens de distribuidoras e impostos. Além disso, fatores como estoques antigos e custos logísticos afetam o valor final, refletindo o preço do diesel consumidor final e sua relação com o mercado de combustíveis no Brasil.
Pressão da Petrobras e preocupação com imagem
A estatal vem expressando preocupação com o não repasse da redução do preço do diesel ao consumidor. A presidente Magda Chambriard sugeriu que os consumidores cobrem dos postos explicações sobre as margens praticadas. Segundo ela, a Petrobras não tem controle sobre os valores aplicados na revenda, mas monitorar o comportamento do mercado é estratégico para a companhia.
A venda da antiga BR Distribuidora (hoje Vibra Energia), que permitia atuação direta da Petrobras no varejo, foi apontada como um entrave à transparência dos preços praticados com a marca da companhia, alimentando a discussão sobre Petrobras e os preços dos combustíveis.
Política de preços e a redução do preço do diesel
Desde 2023, a Petrobras adota uma estratégia de precificação baseada no “abrasileiramento”, priorizando custos internos em detrimento de oscilações externas. A prática busca proteger o consumidor das instabilidades globais e manter a competitividade da estatal no mercado, favorecendo um cenário mais estável para o preço do combustível no Brasil.
A própria companhia afirmou que, durante mais de 400 dias entre 2023 e 2024, manteve os preços estáveis, mesmo com tensões geopolíticas e flutuações nos preços internacionais do petróleo. Essa estabilidade gerou discussão sobre o impacto da redução do diesel no mercado.
Tributacão e margens restringem queda percebida
Especialistas como o economista Gilberto Braga explicam que, além das margens intermediárias, tributação elevada é outro fator que impede a redução do preço do diesel de ser integralmente repassada. Em fevereiro de 2025, por exemplo, o ICMS subiu R$ 0,06 por litro, aumentando o custo final ao consumidor. Isso agrava o problema dos custos do diesel e setores econômicos diretamente dependentes do transporte rodoviário.
A estrutura de preços no Brasil é livre desde 2002, o que impede a imposição de limites regulatórios. Isso significa que distribuidoras e postos têm autonomia para definir os valores cobrados, de acordo com seus custos e estratégias, impactando diretamente o preço do diesel e inflação.
Distorção nos preços impacta economia e inflação
Mesmo com queda de 34,9% no preço cobrado pela Petrobras desde janeiro de 2023, o diesel no IPCA acumulou redução de apenas 3,18% no mesmo período. Isso mostra que a redução do preço do diesel tem impacto limitado na inflação oficial e evidencia o efeito da redução do diesel na economia.
Como principal combustível para o transporte de mercadorias, o diesel influencia diretamente os preços de alimentos e produtos em geral. Por isso, o não repasse integral da redução acaba prejudicando o controle inflacionário e o poder de compra dos brasileiros. Assim, o impacto da Petrobras no preço do diesel e o efeito da redução do diesel na economia são hoje temas centrais do debate econômico.